O cacau da Bahia, estado que lidera a produção da amêndoa no Brasil, a partir de agora terá um selo de origem que reconhece a sua indicação geográfica e servirá para agregar mais valor ao produto tanto no Brasil quanto no mercado externo.
O registro de Indicação Geográfica (IG), na espécie Indicação de Procedência (IP), foi publicado na Revista de Propriedade Industrial (RPI) nº 2468, do Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI), autarquia federal.
A área geográfica beneficiada com a IG abrange um cultivo estimado 61.460 km², em 83 municípios e seis territórios regionais: Baixo Sul, Médio Rio de Contas, Médio Sudoeste da Bahia, Litoral Sul, Costa do Descobrimento e Extremo Sul.
O pedido pelo reconhecimento foi feito pela Associação dos Produtores de Cacau do Sul da Bahia (APC), que liderou um movimento em prol da cultura, formado por representantes do setor produtivo e Governo do Estado.
Ainda não há estimativa oficial de em quantos por cento o cacau deva ficar valorizado, mas produtores falam em 70%. A busca pelo selo foi iniciada em 2014, mas as discussões sobre assunto começaram há mais de 10 anos. A indicação geográfica oferece a garantia de origem do cacau do sul da Bahia e traz agregação de valor, ao posicionar o produto como único.
A Bahia já possui o mesmo reconhecimento para as uvas de mesa e manga do Vale do Submédio São Francisco e para a cachaça de Abaíra, na Chapada Diamantina, as quais conquistaram o título em 2009 e 2014, respectivamente.
Na safra 2016/2017, a safra de cacau na Bahia foi de 104.820 toneladas de cacau, ante as 145.630 toneladas de 2015/2016, segundo informações da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac).
A produção de cacau na Bahia, cujo setor gera 80 mil empregos diretos e indiretos, responde por 54% da produção nacional, de 274 mil toneladas em 2017 (estimativa), 28% a mais que 2016, ano em que os produtores de cacau faturaram R$ 1,2 bilhão.