Apesar de balanço do Ministério da Saúde apontar que todas as vagas do Programa Mais Médicos na Bahia foram preenchidas na primeira etapa de inscrições a realidade se mostra diferente, especialmente nos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs). Do total de 19 vagas abertas no edital, 10 já foram recusadas pelos profissionais.
No estado, vivem 23 etnias indígenas, distribuídas em nove distritos sanitários. Com as recusas, a cidade de Itamaraju no extremo sul pode ficar sem médicos. O alerta é feito por Itana Miranda, chefe da Divisão de Atenção à Saúde Indígena do DSEI Bahia.
De acordo com ela, os DSEIs com maior adesão no Mais Médicos foram aqueles localizados em municípios mais desenvolvidos, como Ilhéus e Porto Seguro. Além de Itamaraju outras seis localidades podem ficar descobertas já que apenas oito profissionais estão atuando nas comunidades indígenas baianas.
“Nós tínhamos necessidade de 19 médicos. No total, tínhamos 20 médicos do programa, sendo uma brasileira. Quando foram abertas as inscrições, tivemos adesão de 100%. Todos os 19 foram inscritos, compareceram e, quando fizemos o processo de explicar como funciona a saúde indígena e onde eles iriam ficar – não nos municípios, mas nas aldeias -, muitos desistiram”, explicou.