Reza a lenda que: para você dar mais valor para a experiência, vale passar um pouco de perrengue. Pois bem, deixe pronta sua playlist de sofrência – sugiro arrocha para entrar no clima baiano – e pegue estrada rumo a Comuruxatiba e Barra do Cahy. São 50 km desde Prado, numa estrada de terra toda trabalhada nos solavancos. Aproveite o movimento do carro para já entrar na levada da música… Punho na testa e malemolência, por favor. Afinal, sorria: você está na Bahia.
Até Comuruxatiba são 32 km. No vilarejo, como deixa claro uma placa fixada na região, o tempo não tem pressa e a preguiça é mais gostosa. As praias são quase desertas, mas há uma boa infraestrutura de hotéis e restaurantes à beira-mar, concentradas na praia do Rio do Peixe.
Cerca de 18 km ao norte está a Barra do Cahy. Que delícia de lugar! O visual é espetacular: coqueiros se estendem à beira da praia, e há o encontro do rio Cahy com o mar. Águas mornas para se banhar e esteiras esperam por você. É ideal para passar o dia.
Há apenas um ponto de apoio no local, o Restaurante da Glória, que pertence à fazenda da região. Há petiscos e bebidas, mas cartões não são aceitos. Portanto, ou leve seu próprio lanche ou lembre-se de levar dinheiro.
Moqueca da Dalva: ingredientes fresquinho
Uma vez em Cumuru – chamada assim só pelos íntimos – você precisa provar da moqueca da Dalva Maria. O restaurante Tempero da Dalva existe há 14 anos e, em tempos de alta temporada, atende até 120 pessoas. Para a moqueca, o peixe vem fresquinho, direto da praia para a panela. E não só isso: o coco também é partido na hora do preparo do prato. “Aqui não entra Sazón, caldo Knorr… Para cozinhar só alho e cebola”, explica a cozinheira.
Há opções de moqueca de peixe, camarão, polvo, lagosta, arraia e, para os vegetarianos, de ovo e banana. O prato sai a partir de R$ 75 e vem acompanhado de arroz, pirão e salada, muito bem-servidos. Prove ainda a deliciosa carne de sol a R$ 57.
Cocadas
A sobremesa é na famosa Cocada da Lucinha, já na área mais urbana, que existe há cerca de 30 anos. A procura é grande. No verão, são vendidas até 700 cocadas por dia, e a iguaria ganhou o mundo, chegando a clientes nos Estados Unidos e França. A receita veio da mãe de Lucinha,
que fazia cocada com banana. Hoje há opções com abacaxi, cacau, gengibre, leite condensado, pé de moleque e coco queimado. Cada cocada sai por R$ 3.