São quase 20 anos de violação de direitos. Alguns atingidos pela Usina Hidrelétrica de Itapebi, localizada no rio Jequitinhonha até hoje não foram indenizados, e outros, nem reconhecidos como afetados pela empresa Itapebi Geração de Energia. As diversas categorias – pescadores, lavadeiras, pedreiros, garimpeiros, extratores de pedras e areias, e representantes de moradias – lutam constantemente pela abertura de negociação com a empresa e o IBAMA, mas sempre sem sucesso. Os atingidos reclamam da falta de fiscalização séria do IBAMA e do não cumprimento das condicionantes ambientais pela Itapebi.
Os atingidos denunciaram que, desde o início da obra, várias violações foram cometidas, como a falta de informação e participação no processo de negociação e construção da hidrelétrica e perda de trabalho (lavadeiras, pescadores, pedreiros, extratores, garimpeiros). A população sofre com a falta de canalização da rede de esgoto, que, a princípio, era de responsabilidade da empresa.
Após o funcionamento da hidrelétrica, várias casas apresentaram rachaduras ou foram inundadas, muitas famílias estão em situação de risco, mas não foram realocadas. Os que tiveram “assistência” da empresa vivem de aluguel. A Itapebi Geração de Energia não propõe um plano concreto de reassentamento para os atingidos. O que ficou depois da obra foram somente problemas.
A construção da UHE Itapebi foi iniciada em 1999 pela Neoenergia e entrou em operação fevereiro de 2003. A Itapebi Geração de Energia, empresa na qual o Grupo Neoenergia, detém 100% de participação. UHE Itapebi tem a capacidade de geração total de 1,88 milhão MWh/ano de energia, com contrato pela Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia (Coelba), distribuidora do Grupo Neoenergia.