Enquanto milhares de brasileiros desempregados, que enfrentam a pandemia e tiveram negado o direito a receberem o auxílio emergencial, em todo o país alguns servidores de prefeituras, nomeados e contratados, se aproveitaram de falhas no sistema para cometerem fraude e conseguirem indevidamente o benefício.
Em Itamaraju não foi diferente. Após denúncia formalizada pelo Tribunal de Contas dos Municípios, nossa equipe teve acesso à lista de beneficiários e constatou que cerca 100 servidores da prefeitura, alguns com altos salários, forneceram informações falsas e conseguiram obter o auxílio emergencial, supostamente por meio de fraude.
É o caso do chefe de gabinete do prefeito Marcelo Angênica, Gustavo Souto, que mesmo sendo advogado e estar nomeado como chefe de gabinete recebendo salário de R$ 3.200,00 (três mil e duzentos reais) por mês, conseguiu direito ao benefício sem ter direito, conforme consta no portal do Governo Federal.
O chefe de gabinete do prefeito Marcelo Angênica é conhecido por ostentar nas redes sociais, é filho de um empresário do ramo de postos de combustíveis localizado no centro da cidade, e que já responde a ação penal na Justiça Federal por participação do esquema apelidado de “Máfia dos Combustíveis”, ocorrido na prefeitura de Itamaraju.
Recentemente o chefe de gabinete de Marcelo Angênica postou foto comprando um veículo importado zero Km, avaliado em mais de R$ 100 mil, demonstrando ter situação financeira bem diferente da maioria dos brasileiros que precisaram recorrer ao auxílio emergencial para custear despesas básicas como alimentação da família.
O chefe de gabinete do prefeito Marcelo Angênica já foi denunciado ao Ministério Público Federal e deverá responder na justiça, além de ter que devolver os recursos e pode perder a função pública, assim como os demais funcionários que também supostamente fraudaram o auxílio emergencial, que ainda podem responder criminalmente na Justiça Federal.