A Prefeitura de Itamaraju, através de sua assessoria de comunicação, divulgou nota confirmando a matéria do portal Siga A Notícia que trouxe com exclusividade a informação de que produtores rurais pertencentes a um grupo ligado ao prefeito Marcelo Angênica, apelidado de “amigos de Itamaraju”, teriam conseguido uma liminar que tornava inconstitucional artigos da lei municipal 583/2001 que limitava o plantio de eucalipto na cidade.
Apesar da forte ligação do gestor municipal com as empresas de celulose, Marcelo Angênica tentou negar relação com a liberação. No entanto, vereadores informaram à nossa equipe de reportagem que o prefeito de Itamaraju e o presidente do PSDB local, o latifundiário Jorge Almeida, desde 2017 tentam derrubar a lei através de negociações frustradas com a Câmara Municipal. Marcelo Angênica chegou a visitar a fábrica da Suzano Papel e Celulose localizada na cidade de Mucuri, estreitando os laços com a empresa que pretende plantar eucalipto em Itamaraju.
Comenta-se na cidade que após o vazamento da informação sobre a liberação do plantio de eucalipto, conseguida através de liminar, Marcelo Angênica teria utilizado a tática de negar relação com o fato para evitar desgaste e aumento de sua rejeição, tendo em vista que o mesmo deve buscar a reeleição. No entanto, fontes ligadas à https://sigaanoticia.com.br/wp-content/uploads/2021/11/estudos-1.gifistração municipal confirmam que os produtores teriam sido orientados pela própria prefeitura a entrar com ações na justiça para derrubar a lei, pois o gestor municipal não teria conseguido através da Câmara Municipal.
Circula ainda nas redes sociais a informação de que vários segmentos da sociedade preparam uma grande manifestação contra a liberação do plantio de eucalipto em Itamaraju. O temor é que com o plantio de eucalipto em larga escala o desemprego aumente na cidade e provocando também o êxodo rural, tendo em vista que quase toda a produção do eucalipto é feita através de máquinas e as empresas trazem mão de obra de outras cidades para realizarem o trabalho.
Desemprego provocado pelo cultivo de Eucalipto
Representantes de sindicatos de trabalhadores afirmam que se as grandes fazendas de café, pimenta e mamão, localizadas em Itamaraju, decidirem derrubar suas lavouras e arrendarem suas terras para plantio de eucalipto, o município de Itamaraju poderá ter pelo menos mais 6 mil pessoas desempregadas. Segundo dados do IBGE, em 2017 apenas 12% da população (cerca de 8 mil pessoas) possuem emprego formal na cidade. Só a colheita do café chega a empregar cerca de 4 mil pessoas.
Para se ter ideia, apenas uma das fazendas de café que estaria na mira da empresas de celulose deixaria de gerar cerca de 2 mil empregos anuais, causando um grande impacto negativo na economia local que é basicamente alimentada pela cadeira produtiva da agricultura.