Moradores de Ibirapuã, no extremo sul da Bahia, percorreram as principais ruas e avenidas da cidade em protesto a expansão do plantio de eucalipto no município.
Os moradores são contra a expansão do plantio de eucalipto na região. Segundo eles, já existe uma área de 15% plantada e se o plantio aumentar as consequências serão desastrosas, tanto para o meio ambiente como para a economia local.
Participaram da caminhada, secretários, vereadores, representantes de sindicatos, representantes de comunidades quilombolas, professores, estudantes e moradores em geral.
Com o grito “Deserto verde não”, a passeata seguiu pelas principais ruas da cidade e parou na Praça da Rodoviária, onde os líderes do movimento usaram a palavra para expressar porque são contra o plantio de eucalipto.
Agropecuária e pecuária fortes, são as principais bases da economia local. O leite e o gado de corte, bem como a plantação de cana de açúcar e outras culturas garantem emprego e renda que a cidade precisa para continuar se desenvolvendo, e o plantio de eucalipto não gera nem emprego nem renda, segundo os manifestantes.
Todos foram unanimes em dizer que são contra a expansão do plantio de eucalipto porque gera desemprego. Quando o pequeno produtor vende sua terra e vem para a cidade aumenta o êxodo rural, e sem especialização, aumenta as estatísticas do desemprego, disse o secretário Vinícius Chácara.
“Estamos há mais de 20 anos lutando contra a expansão do eucalipto em Ibirapuã, hoje queremos mais carne, mais leite, mais pecuária e mais agricultura familiar”, disse Antônio Pinho, presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Ibirapuã.
A ex-vereadora e autora da lei que delimita o plantio de eucalipto no município, a professora Elizabeth Rocha, a popular “Beta”, foi enfática em dizer “nossa luta continua, nossa luta não para, não aceitamos a monocultura de eucalipto aqui em Ibirapuã, nós preservamos e valorizamos a agricultura familiar e a grande quantidade de pequenos produtores que temos”.