Neste sábado 17, dia internacional da luta Camponesa! Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) bloquearam BR-101 nos municípios de Teixeira de Freitas, Itamaraju, Itabela e Eunápolis.
A ação compõe o dia Internacional de Luta Camponesa que marca os 25 anos do Massacre de Eldorado dos Carajás. Durante a paralização na rodovia, o MST doou mudas de plantas nativas e frutíferas, de produção da reforma agraria, com muita mística, grito de ordem e cartazes vão ecoando nosso grito de repudio e impunidade.
Uma das razões para a continuidade das mortes é a impunidade, avalia a CPT. Segundo levantamento da entidade, que é ligada à Igreja Católica e também a outras denominações religiosas, de 1.468 assassinatos no campo, somente 117 foram analisados por algum juiz, de qualquer instância, entre os anos de 1985 e 2018.
Nesse quesito, mesmo tendo resultado em duas condenações, Eldorado dos Carajás ainda costuma ser citada como exemplo de impunidade. Para os movimentos sociais, a investigação do caso falhou por não ter individualizado as condutas dos policiais envolvidos e ter poupado a cúpula do governo do Pará. “Quantos realmente apertaram o gatilho e foram responsáveis pelas mortes? Além dos executores, quem é que determinou [a operação]?”, indagou José Batista Afonso. “Essa investigação não chegou nesse nível nunca”, afirmou ele.
O julgamento do caso levou quase duas décadas até que se esgotassem todos os recursos possíveis. Dos 155 policiais que tiveram participação no episódio, somente dois foram condenados: o major José Maria de Oliveira, comandante da operação, com pena de 158 anos e 4 meses de prisão; e o coronel Mário Colares Pantoja, comandante do batalhão de Marabá, com pena de 228 anos de prisão. Ambos foram presos em 2012, 16 anos após o massacre.