Sete denúncias contra o prefeito de Itamaraju, Marcelo Angênica (PSDB) e o atual presidente da Câmara, Chico Jiló foi protocolado na manhã da última quarta-feira 30.
As denúncias, apresentadas por membros do grupo “Fiscaliza Itamaraju”, são referentes ao exercício financeiro de 2017, onde os integrantes do observatório que acompanha as contas públicas do município identificaram indícios de irregularidades e supostos desvios de recursos públicos.
De acordo com as informações preliminares, das sete denúncias protocoladas, duas seriam contra o presidente da Câmara, Chico Giló, e outras cinco contra o prefeito Marcelo Angênica. No caso de Giló, o presidente é acusado da prática de nepotismo, por ter contratado a esposa de seu filho, Greiciane Brito, para a função de assessora parlamentar.
O presidente também foi denunciado por realizar contratações de empresas em desacordo com a lei de licitações, evidenciando indícios de fraude no processo licitatório para a manutenção de equipamentos e informática. Uma dessas empresas faturou um contrato três dias após ter sido aberta.
Já o prefeito Marcelo Angênica foi denunciado por ter locado veículos de servidores nomeados e seus familiares. Angênica responde no Ministério Público por essa mesma denúncia, onde teria alugado o carro de seu cunhado, uma caçamba que pertenceria ao secretário de Administração, Leo Oss, e até o carro do seu motorista, que inclusive era utilizado pela esposa de Oss para fazer serviços domésticos, a exemplo de compras em supermercado.
O tucano também foi denunciado por um suposto esquema de venda de combustível da prefeitura municipal de Itamaraju. O esquema ficou conhecido como “Máfia dos Combustíveis”. Na época, quando o esquema foi descoberto, foi identificado que o Secretário de Saúde, Elan Wagner, conhecido como Elan Lozinho, preenchia diversas requisições de gasolina e diesel que posteriormente eram revendidas na praça com preço inferior ao das bombas nos postos. Após a grande repercussão do caso, o diretor de transportes, Fábio Lima, foi exonerado do cargo. Estima-se que o prejuízo com a venda ilegal de combustível tenha superado os R$ 100 mil.
Angênica também foi denunciado por ter pago por serviços não realizados em obra de asfaltamento no centro da cidade. De acordo com a denúncia, a prefeitura teria pago mais de R$ 100 mil à empresa para a recuperação de calçamento e limpeza para a aplicação de asfalto, porém, de acordo com as fotos e depoimentos, os serviços foram feitos por servidores da prefeitura. O gestor ainda foi denunciado por ter pago pelo asfalto no trecho final da rua Presidente Kenedy, no entanto o serviço não foi realizado.
Segundo nos informou um dos membros do Fiscaliza Itamaraju, as denúncias deverão ser anexadas às contas da prefeitura e câmara, referente ao exercício de 2017 para que sejam analisadas pelo Tribunal de Contas. “São denuncias com farta documentação e provas suficientes para condenação dos acusados”. Os membros do Fiscaliza ainda disseram que irão acompanhar a tramitação das denúncias: ” Em 2017 protocolamos denúncias que não foram encaminhadas ao TCM pelo atual presidente da câmara, numa atitude desesperada para salvar o ex-presidente que cometeu crimes graves, ele será responsabilizado por isso. Se ele fizer o mesmo esse ano iremos acionar a justiça, pois a Câmara é a casa do povo”. Finalizou o integrante do Fiscaliza Itamaraju.