Gestores do município de Santa Cruz Cabrália, no extremo sul da Bahia, confirmaram que a Procuradoria do Município pretende recorrer da decisão judicial que pediu a demolição do monumento em homenagem à Primeira Missa do Brasil. A sentença foi dada pelo juiz federal Alex Schramm de Rocha na última segunda-feira 19, atendendo a um pedido do Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) que alegou que a obra não foi licenciada pelo órgão.
“Temos forte expectativa de reforma da decisão, principalmente porque o monumento da primeira missa já está incorporado ao patrimônio histórico e cultural do município. O fim perseguido pelo IPHAN no processo vem em sentido contrário à missão do próprio IPHAN que é justamente proteger esse patrimônio”, disse, otimista, o procurador do município, Emmanuel Ferraz. Ele acrescentou ainda que o monumento não corre perigo imediato, pois a decisão só seria efetivada após o seu trânsito em julgado.
“Espero que o monumento não seja demolido, ele é um marco importante para Cabrália. Foi construído em homenagem à demarcação da terra indígena pelo governo federal”, afirmou o secretário de obras do município, Geraldo Gordilho, se referindo à Aldeia Pataxó da Coroa Vermelha.
No mesmo sentido, o secretário de turismo do municípioaponta o grande prejuízo à população local com a demolição do monumento. “Junto com o Cruzeiro da Primeira Missa do Brasil, ele forma um importante ponto de parada dos turistas. Só neste verão, eles foram visitados por mais de 4 mil pessoas”, revela o secretário de turismo de Santa Cruz Cabrália, Guto Jones. Ele também salienta a importância para as lojas de artesanato indígena que se estabeleceram no entorno do Monumento e das barracas de praia que ficam naquela praia.
Jones ressalta que a população do município está revoltada com a decisão judicial. “Temos problemas muito maiores, como as más condições da BR-367, acesso a Porto Seguro que é o nosso principal destino indutor, e da ponte do Rio Grande e o Dnit não olha para isso”, completou.