Na agricultura do extremo sul baiano o calor excessivo e a falta de chuva no verão passado deixou marcas na lavoura. Os cafeicultores amargaram grandes prejuízos na safra 2019. Também já está sacramentada a perda para 2020, pelo desenvolvimento insuficiente das plantas. Pois as copas na florada desenvolveram-se pouco devido a neste ano ter chovido bem abaixo da média, portanto o crescimento de ramos foi menor que o natural.
O histórico de precipitação pluviométrica do verão foi bem menor que média histórica em praticamente todos os municípios produtores de café da região. O volume de chuva foi muito abaixo do necessário para reabastecer o lençol freático e suprir os mananciais. Assim, alguns produtores ficaram sem água. Com as temperaturas mais elevadas, a água armazenada nas represas, nos córregos, rios e riachos secaram, e a crise hídrica mostrou a sua cara e veio trazendo prejuízos.
O crescimento e enchimento dos grãos foi prejudicado, pois sem água da chuva ou de irrigação a planta não consegue proporcionar um bom crescimento e enchimento para seus grãos. A granação ficou prejudicada, resultando na melhor das hipóteses em grãos leves ou mal formados ou em piores situações grãos chochos. A alta temperatura e insolação direta prejudicam na granação normal do grão e ou ainda queda destes.
Nesta safra, quem tinha área no sequeiro (sem irrigação) teve um resultado péssimo com queda de produção de até 60%. Porém, mesmo quem irriga a plantação, teve um ano ruim. Quem possui sistema de irrigação também perdeu, mas não tanto. Para piorar a situação, o preço atual da arroba de café está abaixo do custo de produção. 2019 é um ano para ser esquecido para quem planta café.