Uma comerciante de Itamaraju, proferiu ofensas racistas contra o deputado federal Valmir Assunção em um grupo do WhatsApp, nesta sexta-feira santa, dia 10. No áudio, que viralizou nas redes sociais, Jaqueline Oliveira chama o deputado de macaco e ainda faz alusão ao formato anatómico do seu nariz, dando ênfase aos traços físicos característicos do povo negro. “Me aponte alguma coisa que esse macaco fez por Itamaraju (…) Esse vagabundo, esse horroroso, esse ridículo, esse nariz de chapoca da por**”, disse.
O áudio foi gravado e enviado ao grupo de comerciantes após o deputado ter divulgado um vídeo defendendo a proposta do governador Rui Costa de instalar 20 leitos de UTI’s no Hospital Municipal de Itamaraju para atender os pacientes graves infectados pelo Covid-19 no extremo sul da Bahia. A maioria dos comerciantes é contra medida e ficou insatisfeito com o pronunciamento do deputado.
As agressões racistas e difamatórias aconteceram após Valmir divulgar vídeo nas suas redes sociais defendendo a proposta do governador Rui Costa (PT) de instalar 20 leitos de UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) para tratar pacientes infectados pelo COVID-19 em Itamaraju – o que, de acordo com a afirmação da comerciante nos áudios publicados por ela, seria responsável por “levar o Coronavírus” para a cidade.
“Não posso me abster de denunciar isso, pois sei que o país ainda possui em sua sociedade pessoas racistas e desinformadas. O fato de eu ser negro é motivo de orgulho. A ignorância das pessoas diante desse processo histórico só dificulta a atuação política em Itamaraju e em outras regiões da Bahia e do Brasil. Vou até o fim para que essa pessoa seja punida devidamente dentro da lei”, aponta Valmir Assunção.
A defesa do parlamentar baiano informou que já acionou a Secretaria de Segurança Pública (SSP)SSP e usará como base para a denúncia a Lei Nº 7716/89, que define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor e que prevê pena de até cinco anos de reclusão para os crimes de racismo praticados no país. “Eu lamento que isso ainda aconteça em nossa sociedade. Mas não podemos deixar isso passar. Não podemos ser cúmplices de crimes como esse. Ainda mais em um momento tão delicado que vivemos”, afirmou Valmir.