A Bahia importa mais de 70% do seu consumo de etanol e açúcar. Ou seja, não falta mercado para as usinas baianas. O polo sucroalcooleiro do extremo sul têm três usinas funcionando: Santa Maria(Medeiros Neto), Bahia Etanol(Ibirapuã) e Santa Cruz(Santa Cruz Cabrália). Lajedão já teve a UNIAL, mas esta usina fechou há três anos e suas instalações foram depredadas; máquinas e equipamentos foram levados.
Em todo o país este não é um mercado estável. Por vezes as usinas faturam bem, mas nos maus momentos várias chegam a encerrar as atividades. Esta instabilidade é ainda maior em nossa região. Não temos nenhuma usina de grande porte, o que as torna mais frágeis. Enquanto as maiores e mais modernas usinas de São Paulo produzem e vendem etanol(álcool), açúcar e energia elétrica, as nossas só produzem etanol. O ideal é que nossas usinas fossem flexíveis, produzissem mais açúcar quando o preço subisse, ou mais etanol quando valesse à pena. Ou seja, sofremos mais porque somos menores, menos produtivos e só produzimos um item.
A Santa Maria, antiga Medasa, é pioneira na região e a maior das nossas usinas. De empresários pernambucanos, investe anualmente cerca de R$ 25 milhões na lavoura e na indústria, gera atualmente 1,5 mil empregos diretos e vem aumentando anualmente sua capacidade de produção e eficiência, que hoje é de 120 milhões de litros de etanol. A Usina Santa Cruz, antiga Embaúba, é dos mesmos donos e ficou fechada muitos anos. Reabriu bem menor, produz atualmente cerca de 25 milhões de litros de etanol, pois perdeu muitas de suas terras. Hoje é a menor das três usinas da região. É surpreendente que, com seu tamanho diminuto, ainda esteja funcionando.
Depois de passar anos fechada, a usina de etanol Ibirálcool reabriu em 2017 com novo nome. Agora se chama BEL – Bahia Etanol e gera 800 empregos diretos e indiretos. Na época da instalação, uma velha usina foi desmontada em Maragogi(AL), trazida e remontada em Ibirapuã. Usina de pequeno porte, não possui terras próprias e compra toda a cana de fornecedores locais. Produz 50 milhões de litros de etanol por ano.
O presidente do Sindaçúcar, Luiz Carlos Queiroga, acredita que a região tem um enorme potencial para suprir parte considerável das necessidades de açúcar e etanol da Bahia. O setor tem potencial para gerar mais milhares de empregos, renda e desenvolvimento para o extremo sul.