Localizada no extremo sul da Bahia, a cidade de Mucuri é a maior exportadora da região, responsável por 11% do total dos produtos que saem das terras baianas. Além disso, 70% da economia de Mucuri é movida pelo setor industrial.
No estado, a cidade é a 3ª maior exportadora e fica atrás apenas de Camaçari, região metropolitana de Salvador e Luís Eduardo Magalhães, no oeste da Bahia.
O principal material exportado pela indústria de Mucuri é a celulose. Na fábrica da Suzano, a capacidade de produção é de 60 mil toneladas de celulose por ano. Anualmente, a cidade comercializa, para o mundo, mais de 923 milhões de dólares.
Com toda a celulose que é extraída no município, a produção de papel para impressão chega a 250 mil toneladas. Os empreendimentos de papel e celulose atraem a mão-de-obra local. Com isso, o Produto Interno Bruto (PIB) per capita do município chega a R$ 47.890,59, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O jovem Renato Oliveira, por exemplo, recorreu a um dos distritos do município, o de Itabatan, para conseguir um emprego na área. Depois de ter passado dez meses desempregado, ele voltou ao mercado de trabalho em uma fábrica de papel e celulose que está na região há cerca de 30 anos. “Quero progredir, quero estudar, crescer, casar. Então eu fui correr atrás”, disse.
Renato está entre os seis mil empregados da empresa. Entre as pessoas que trabalham no local estão funcionários que cuidam das mudas dos eucaliptos, plantam as florestas, operam máquinas nas colheitas e monitoram todo o processo de extração da celulose.
Pessoas com história como a do professor Cláudio dos Anjos, que sonhava em trabalhar na fábrica e hoje é operador de máquinas. Ele está na empresa há 19 anos e foi promovido três vezes.
“Tudo o que eu tenho hoje, eu agradeço muito a Deus em primeiro lugar, e ao emprego aqui por ter alcançado esse objetivos. Tenho minha casa própria, tenho carro, tenho uma vida estabilizada graças ao meu trabalho”, pontuou Cláudio.
A indústria de papel e celulose impulsionou o desenvolvimento no distrito de Itabatan, que cresceu às margens da BR-101. Hoje, o lugar concentra mais da metade da população de Mucuri.
A produção da indústria de papel e celulose segue em expansão na região. Na empresa onde Renato e Cláudio trabalham, 200 empregos diretos foram gerados há pouco mais de um ano, na produção de papel higiênico.
Para Cláudio, o crescimento do setor ajuda a movimentar a economia do próprio município. “Traz desenvolvimento para a região, já que a gente acaba levando o nosso salário e gastando nas nossas cidades não é? Desenvolvendo a nossa cidade de uma forma direta e indireta”, avalia ele.
Renato concorda: “Não só eu me sinto, mas todo o povo de Mucuri se sente feliz, por que gera economia para o nosso município, para o nosso estado e nosso país. E tantas pessoas que estão aí precisando trabalhar e estão agregando à empresa. Para nós têm sido muito bom. Eu me sinto feliz por mim e por todos”, afirmou.