O extremo sul é um grande produtor de mármore e granito. Guaratinga é o destaque regional. Dados do setor apontam que mais da metade do que o país exporta sai daqui da Bahia. O problema é que a participação do estado no beneficiamento e processamento da produção é muito baixa. Quase tudo o que se tira da natureza é levado para o Espírito Santo, onde o processamento industrial amplifica o valor de mercado, além de gerar emprego e renda, antes de ser exportado, ou voltar para cá em um outro padrão de preço. Representantes do setor explicam que o principal gargalo para a ampliação da atividade por aqui está na ausência de infraestrutura para o escoamento da produção.
Os casos do quartzolito maciço e do mont blanc mostram o quanto a Bahia deixa de ganhar ao enviar para fora os blocos de rochas sem antes agregar valor aos produtos. A estimativa no mercado é que um bloco de mont blanc seja vendido por aproximadamente R$ 70 mil. Quando volta, em forma de placas polidas, o valor da mesma quantidade do produto é de cerca de R$ 250 mil. No caso do quartzolito, considerada a rocha do futuro, o valor inicial é de US$ 2 mil por um bloco, podendo chegar aos US$ 10 mil, depois de trabalhada.
“As rochas saem praticamente sem nenhum tipo de processamento daqui da Bahia”, diz o empresário Reinaldo Sampaio, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Rochas Ornamentais. Segundo ele, 90% da estrutura para o beneficiamento da produção está no Espírito Santo. “Lá se criou um ambiente especializado. Mas a Bahia, se tiver uma logística adequada será a maior base de extração, beneficiamento e exportação de rochas ornamentais do Brasil”, avalia.