O site Expertscape divulgou nesta semana uma lista com ranqueamento dos pesquisadores mais influentes e relevantes nos estudos sobre a leishmaniose cutânea, com mais de 13 mil cientistas que publicaram resultados de suas pesquisas no período entre 2010 e 2021. Cientistas brasileiros ocupam posições no topo dessa lista, e um deles é o professor do curso de Medicina da Universidade Federal do Sul da Bahia, Luiz Henrique Guimarães. A lista está acessível neste link.
O site Expertscape é um buscador com classificação de experiência de instituições e profissionais em mais de 29 mil assuntos da área biomédica. Para essa lista de pesquisadores, foi feito um levantamento no banco de dados do PubMed para quantificar todos os artigos de periódicos médicos publicados nos últimos dez anos.
O professor Luiz Henrique está na 25ª posição de relevância no ranking sobre pesquisas acerca das leishmanioses, com co-autoria em 27 artigos publicados no período de 2010 a 2021. O grupo do qual faz parte tem como líder o professor Edgar Marcelino de Carvalho (Fiocruz Bahia), o número 1 no mundo sobre o tema, que assinou 84 artigos no decênio. A equipe obteve excelente posição, com cientistas como Lucas Pedreira de Carvalho em décimo primeiro e Paulo Machado como décimo segundo na lista mundial. “Além disso, temos estreita colaboração com professor Phillip Scott da UPenn (número 3 no ranking mundial), Fernanda Novais (número 9) e a professora Selma Jerônimo (número 23)”, detalha o pesquisador.
O professor Luiz Henrique falou sobre a trajetória que o levou a investigar cientificamente a leishmaniose cutânea. “No meu caminhar até me reconhecer como pesquisador, é claro que a graduação tem fator primordial. Não tive oportunidade de fazer iniciação científica nessa época pois, oriundo de família pobre, minha maior preocupação era pagar a mensalidade da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública. Fui beneficiado com uma bolsa, a bem dizer, mas mesmo a parte que me cabia era muito para minha família pagar. Nessa época, fui aluno do professor Edgar Carvalho (Imunologia) e do professor Paulo Machado (dermatologia), hoje meus colegas de pesquisa. Depois da graduação passei um ano no exército e quando saí, comecei a dar plantões de emergência, para finalmente comprar meu primeiro carro (ufa!). Mas a medicina assistencialista estava me deixando infeliz, principalmente por conta das condições de trabalho. Por sorte, recebi um convite do professor Edgar para entrar em um projeto de pesquisa em leishmaniose, isso no ano de 2001. Até hoje estamos trabalhando juntos.”
Ele afirma que o gosto pela investigação científica o motivou a concluir estudos de mestrado e doutorado na UFBA. “O fato de estar ligado a um grupo de pesquisa de ponta, me propiciou contato com centros de pesquisa como o National Institute of Health dos Estados Unidos e com o Instituto de Medicina Tropical da Suíça onde fiz parte do doutorado. Em 2014, após defender o doutorado, fiz concurso para a UFSB, onde atuo como professor de Medicina”.