Presidente do PSD na Bahia, o senador Otto Alencar descartou por ora qualquer punição aos prefeitos Robério Oliveira (Eunápolis), Cláudia Oliveira (Porto Seguro) e Agnelo Santos (Santa Cruz Cabrália) e disse que eles são “bons gestores”.
“Eu os conheço há muito tempo, são bons gestores, mas tem uma denúncia que precisa ser apurada. O que eu digo é que eles têm muita força lá na comunidade [extremo sul baiano]. O partido não vai tomar nenhuma posição contra eles agora, não”, declarou o senador, ao acrescentar que aguarda o desenrolar do processo.
O trio é acusado de integrar uma quadrilha que desviou aproximadamente R$ 200 milhões de recursos públicos por meio de fraudes em licitações, em uma espécie de “ciranda de propinas”, segundo a Polícia Federal.
A PF ainda não conseguiu localizar nenhum deles para o cumprimento de mandados de condução coercitiva. O presidente do PSD baiano reforçou que a sede da legenda, localizada no Edifício Mundo Plaza, não foi alvo da operação Fraternos.
De acordo com o senador, agentes da PF estiveram na empresa Steel, que tem escritório no mesmo prédio. Otto afirmou que não conversou com nenhum dos gestores, já afastados pela Justiça e com os bens bloqueados.
O parlamentar evitou comentar mais sobre as investigações. “Não tive tempo [de ler nada]. Estou aqui em Brasília, muito ocupado. Nem almocei ainda”, desconversou.
Já o deputado estadual Adolfo Menezes, líder do PSD na Assembleia Legislativa da Bahia, afirmou acreditar que a imagem da sigla não sai arranhada.
“Cada um cuida de si. É claro que não é legal, mas o partido é composto por milhares de membros. Como é que o presidente do partido, o senador Otto, pode passar uma peneira para separar? Quando o cara entra, o presidente não pede a folha corrida”, defendeu.
Casados, Cláudia e Robério são ex-deputados estaduais. Ela é irmã de Agnelo.