Em meio a uma onda de calor que atinge mais de cem municípios na Bahia, a população enfrenta não apenas o clima abafado, mas também uma epidemia de dengue que assola 14 cidades do estado. Segundo dados recentes da Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab), o número de casos prováveis da doença atingiu 46.234 entre 1º de janeiro e 4 de novembro deste ano, representando um aumento de 35% em relação ao mesmo período de 2022.
Entre as cidades em estado de epidemia, Salvador, Camaçari, Feira de Santana, Guanambi, Macaúbas, Teixeira de Freitas e Vitória da Conquista destacam-se. A situação crítica se estende também a Jeremoabo, Morro do Chapéu, Mucuri, Piripá, Rio Leal, Santo Estevão, Uruçuca, e outras localidades.
As altas temperaturas aliadas às chuvas criam o ambiente ideal para a proliferação do Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue. A proximidade do verão, que se inicia em 22 de dezembro, promete elevar ainda mais as médias máximas, intensificando o cenário propício para a disseminação da arbovirose.
O presidente da Associação Brasileira de Infectologia, Alberto Chebabo, alerta para o aumento esperado nos casos nas próximas semanas. Durante o webinar “Dengue: O Impacto da Doença no Brasil”, ele destacou a conjunção da onda de calor em todo o país com as chuvas, criando a condição climática ideal para a proliferação do mosquito.
Chebabo também aponta a possível associação do aumento de casos na Bahia com a entrada do sorotipo 3 da dengue no Nordeste, que não circulava há um bom tempo no país. Com quatro sorotipos distintos, a dengue apresenta desafios adicionais para controle e prevenção.