O recém-divulgado Relatório Técnico de Identificação e Delimitação divulgado pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) reconhece oficialmente a comunidade Vila Juazeiro, localizado no município de Ibirapuã, Extremo Sul baiano, como território quilombola legítimo.
A área com delimitação possui 1.287,8 hectares e a identificação de marcos históricos revelam a história e os desafios enfrentados pela Vila Juazeiro ao longo do anos.
A publicação do relatório, o 48º na Bahia e o segundo de 2024, representa um avanço na luta pela valorização e preservação das comunidades quilombolas. Com a inclusão de 71 famílias, o documento reconhece a importância da Vila Juazeiro como um espaço de memória e identidade para as populações tradicionais.
O documento ressalta que a história secular da Vila Juazeiro, desde o século XIX, está intrinsecamente ligada à chegada das populações negras na região, à formação do comércio local e à construção de estradas. A identificação desses marcos temporais confirma a ligação da comunidade com a terra e a importância da preservação de suas tradições.
Atualmente, a Vila Juazeiro enfrenta desafios decorrentes da expansão das plantações de eucalipto, que ameaçam a autonomia e sustentabilidade da comunidade.
No Extremo Sul da Bahia, outras sete comunidades receberam o reconhecimento do governo federal, seis delas estão localizadas no município de Nova Viçosa e uma no município de Itanhém, conforme dados e registro fornecidos pela Fundação Palmares.