O ato que destruiu máquinas na fazenda da empresa Igarashi, na última quinta-feira (2), em Correntina, no oeste baiano, não deve ser criminalizado. A proposta é do deputado baiano Valmir Assunção (PT). O petista é ligado ao Movimento Sem Terra (MST) que, segundo o governo, nada tem a ver com a destruição promovida no local.
Em discurso na Câmara Federal, o parlamentar disse que a empresa “suga em torno de 100 milhões de litros de água por dia do rio”, enquanto a população local “usa apenas 3 milhões”. “Tem alguma coisa errada aí. Não podemos criminalizar quem estava lá reivindicando seu direito”, disse.
Assunção reclamou ainda da atuação da Comissão de Meio Ambiente. “A população fez um ato e acho nada mais justo que a comissão pudesse ir em Correntina, pois tem haver com água. Seria importante a comissão se deslocar até lá”, pediu.
Para o deputado, o foco real do problema na região é a privatização dos recursos naturais e a progressiva degradação de rios que abastecem a região, devido ao uso excessivo para o agronegócio.
A ocupação aconteceu na última quinta-feira (2) e envolveu centenas de ribeirinhos. “O que deve ser considerado criminoso é a ação da Igarashi que está longe de ser sustentável. Deve acontecer na região, com a falta de água, a fuga para as cidades, e a expulsão de trabalhadores do campo que não conseguem continuar atuando com produção de alimentos por conta da privatização dos recursos naturais por empresas do agronegócio”, declarou Valmir.
Segunda versão – Em vídeos distribuídos por membros da oposição ao governo Rui Costa (PT), o deputado elogia quem participou do protesto que resultou em um prejuízo milionário.
“Aquilo lá foi desobediência civil, que é fundamental e necessário realizar em todos os lugares. Quero parabenizar todos e todas que participaram do ato”, disse.