O município de Eunápolis foi o ponto de partida, na segunda-feira 16, para mais uma etapa da Caravana Bahia Sem Fogo. Iniciativa que busca sensibilizar a população sobre a prevenção aos incêndios florestais e conservação da Mata Atlântica, na região Extremo Sul do estado. Na Aldeia Indígena Taquarí, a equipe liderada pelo Governo da Bahia promoveu o diálogo e troca de conhecimento sobre práticas de manejo do solo sem uso do fogo, respeito à floresta e animais silvestres, contando com a participação de 40 famílias representantes do Povo Indígena Tupinambá.
Recepcionados com cânticos sagrados e rituais próprios dos Tupinambás, a Caravana amplia seu alcance, nesta última etapa de 2024, intensificando visitas às comunidades indígenas.
Durante o ciclo de palestras, o Tenente Valdemar Lima, do 6º Batalhão de Bombeiros Militar (Porto Seguro), destacou a importância do trabalho integrado com a sociedade. “O Corpo de Bombeiros tem se empenhado em levar não só ações de combate, mas também o diálogo e atividades educativas como ferramenta transformadora para uma cultura de preservação e uso consciente dos recursos naturais”.
Liderança da Aldeia Taquarí, o vice-cacique Piatã, agradeceu a atenção dos diversos órgãos públicos e também pontuou as dificuldades enfrentadas pelos moradores, com a escassez de água. “Estávamos ansiosos por esse momento, passamos por uma seca terrível em 2023, que juntou com os incêndios perdemos o pouco que tínhamos, até uma casa queimou aqui. Apresentamos nossa forma de lidar com o plantio e uso da terra. Sabemos fazer o aceiro, mantemos as árvores em pé, tudo que foi passado por nossos anciões”.
Nesta terça 17, o projeto segue para Belmonte e na próxima quarta-feira 18, será a vez de Santa Cruz de Cabrália Belmonte esteve entre os 20 municípios com maior número de incêndios florestais em 2023. “Uma comunidade que já sofreu muito com os incêndios ano passado. Hoje eles têm 10 brigadistas rurais, formados pelos Bombeiros. Estamos intensificando este trabalho de articulação entre os entes públicos, estaduais, municipais e da sociedade, para sensibilização e ações efetivas para planos de prevenção”, ressaltou a coordenadora técnica do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), Carla Acruz, que atua como articuladora das ações da Caravana na região.