O projeto, que conta com o apoio financeiro do Governo da Bahia – através do Fundo de Cultura, Secretaria da Fazenda e Secretaria de Cultura da Bahia – já foi contemplado pelo Prêmio Funarte e rodou pelo Rio de Janeiro e cinco capitais nordestinas, incluindo Salvador. Os ingressos possuem valores simbólicos de R$ 4 (inteira) e R$ 2 (meia), além de mulheres com o nome Maria terem entrada gratuita em todas as sessões.
Os três espetáculos teatrais possuem estéticas e linguagens bem diferentes, no entanto, têm em comum não só os nomes de suas personagens – Maria da Silva, Maria Benedita e Dolores Maria, respectivamente – mas a vontade de olhar e questionar os hábitos, preconceitos, transgressões e identidades de uma sociedade.
A proposta tem como objetivo promover meios de sustentabilidade de espetáculos solos, estimulando o encontro e as trocas de experiências entre artistas e profissionais da cena, além de questionar sua posição nas atuais políticas e práticas culturais. As apresentações serão interpretadas simultaneamente em Língua Brasileira de Sinais (Libras).
As cidades de Alagoinhas, Santo Amaro e Ilhéus também estão no roteiro desta temporada de apresentações do projeto.
“Amanheceu” (2009)
Com música original composta por Milton Nascimento especialmente para o espetáculo, discorre sobre o dia a dia de mais uma Maria, costureira, fã de música sertaneja que passa as madrugadas trabalhando para entregar suas encomendas, tendo como companheiro um rádio. Maria da Silva, leva sua vida tranquilamente, com leveza e humor, até que numa noite insone acaba tomando conhecimento, através de seu rádio, de casos de violência contra a mulher. O espetáculo traz à tona, de forma inusitada, com humor e reflexão, temáticas sobre a violência contra a mulher. Vale destacar também o uso de extrema sutileza para transitar entre a comédia, gênero que predomina no solo, e o drama. Este trabalho rendeu a Juliana Bebé a indicação ao Prêmio Braskem de Teatro, na categoria Revelação. Já no Festival Nacional Ipitanga de Teatro, o espetáculo foi ganhador dos prêmios de Melhor Atriz, Melhor Texto e Melhor Espetáculo.
“Benedita” (2011)
A peça traz à tona a preservação de Patrimônio Imaterial Cultural e leva o público a conhecer de perto Maria Benedita, uma simpática senhora genuinamente brasileira, contadora de histórias, lavadeira-curandeira-bruxa-
“Solo Almodóvar” (2013)
O espetáculo gira em torno de Dolores Maria, uma travesti carismática e performática. Além das discussões de gênero e sexualidade, a montagem, inspirada no universo do cineasta e ator Pedro Almodóvar, diverte e estabelece uma cumplicidade com o público. O espetáculo mescla realidade e ficção com sarcasmo, humor, tragédia e melodrama, entremeados por músicas utilizadas nas películas. A atriz propõe o pensar sobre originalidade x autenticidade, mergulhando verticalmente no universo trans. O espetáculo foi indicado ao Prêmio Braskem de Teatro nas categorias Melhor Texto e Melhor Atriz. Rendeu a Simone Brault o prêmio de Melhor Atriz nos festivais Ziembinski RJ, Fesq RJ e FIT BA.