O ano de 2023 trouxe uma notável série de 182 tremores de terra para a Bahia, de acordo com os registros do Laboratório Sismológico da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (Labsis/Ufrn). As cidades de Jacobina, Jaguarari e Curaçá foram as principais protagonistas nesse cenário sísmico, liderando as estatísticas com concentrações expressivas de abalos.
A cidade de Jacobina testemunhou 55 tremores ao longo do ano, consolidando-se como um ponto focal dessa atividade. A razão específica para essa concentração não foi identificada de maneira conclusiva, mas especialistas apontam para as falhas geológicas na região como uma possível explicação.
Jaguarari não fica atrás, registrando 47 tremores ao longo do ano. A presença de falhas geológicas também é destacada como um fator que contribui para a atividade sísmica na região.
Curaçá, embora com números menores em comparação com Jacobina e Jaguarari, ainda assim figura como uma área significativa, com 19 tremores registrados. As falhas geológicas continuam sendo uma possível explicação para a ocorrência desses abalos.
O coordenador do Labsis, Aderson Nascimento, esclarece que a região norte da Bahia possui falhas geológicas que são ativadas e reativadas com frequência, resultando em cicatrizes de atividades geológicas passadas. Ele destaca que embora haja atividade mineradora na região, não se pode afirmar que ela esteja diretamente relacionada aos tremores.
Os abalos sísmicos mais intensos, como o registrado em Jaborandi com 2,8 mR em 16 de maio, evidenciam a complexidade dessa atividade geológica. Apesar dos números expressivos, Nascimento assegura que os tremores na Bahia raramente são sentidos pela população, salvo aqueles com magnitude superior a 1,5, principalmente por quem está próximo ao epicentro.