A maior águia das Américas, a Harpia (Harpia harpyja), foi fotografada próxima a um ninho na região do município de Belmonte. A espécie corre risco de extinção e é extremamente rara em solo baiano.
O ninho foi encontrado pelo Projeto Harpia em uma fazenda, após o filhote ter sido avistado pelos proprietários da área. O Projeto Harpia é dedicado à proteção da espécie e é apoiado pela Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Estação Veracel.
A RPPN, mantida pela Veracel Celulose, é a maior reserva de Mata Atlântica do Nordeste, com 6 mil hectares, e está localizada nos municípios de Porto Seguro e Santa Cruz Cabrália, na Costa do Descobrimento. A RPPN.
A harpia é nativa das florestas tropicais das Américas Central e do Sul. No Brasil, as regiões da Amazônia e da Mata Atlântica são hábitats para a espécie, que depende de grandes regiões de floresta para sobreviver e é muito sensível aos impactos sobre a natureza, principalmente o desmatamento e a caça.
A harpia fotografada é uma fêmea jovem, com aproximadamente 1 ano e meio de vida. Nessa fase de amadurecimento, os filhotes voam em áreas próximas ao ninho onde estão os pais e ainda dependem de cuidados.
As harpias geralmente colocam de um a dois ovos, porém apenas um sobrevive. Os pais tomam conta por cerca de dois a três anos, mesmo que já esteja voando e experimentando caçar sozinho. Sendo assim, a reprodução da harpia é lenta, o que faz com que a ave corra ainda mais risco de desaparecer.
Dentro da área da Estação Veracel foram identificados e são monitorados outros dois casais de harpias. Em abril do ano passado, foi possível capturar inclusive imagens extremamente raras da cópula de um desses casais.