Se a crise de sempre já vinha atazanando o juízo dos 417 prefeitos baianos, a greve dos caminhoneiros botou mais gasolina na fogueira. Eures Ribeiro (PSD), prefeito de Bom Jesus da Lapa e presidente da UPB, diz que é esperada uma queda na arrecadação de ICMS de 30 a 40% e isso significa menos dinheiro nos cofres dos municípios.
O forró vai continuar, mas sem o gás planejado no início do mês. Segundo Eures, 70% dos 417 municípios baianos, ou aproximadamente 290, organizam São João, a grande maioria, ou São Pedro (quando as bandas ficam mais baratas). E cerca de 20, entre eles Porto Seguro e Eunápolis, dois dos grandes destinos turísticos do Estado, onde aconteceria o São João Elétrico e o Pedrão, cancelaram a festa.
Eures diz que o São João é a grande festa da Bahia e por isso ele, pessoalmente, aconselha gatar menos e enxugar o orçamento com estrutura. “Eu ia gastar R$ 650 mil. Chamei as bandas, refiz contratos, baixei preços e vou gastar R$ 390 mil”, disse.
O presidente da UPB explica que apertou o cinto, mas é a favor da festa. “É quando os pobres, o vendedor de água, de milho assado, de geladinho, têm a chance de ganhar alguma coisa, até mesmo alugando casas. É a nossa grande festa”, defende.
Eures aconselha contratar palcos palcos menores e artistas regionais, ao invés de estrelas que custam fortunas, é possível tocar o forró, apesar da crise.