Os últimos levantamentos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) revelam um cenário desafiador para a agricultura na Bahia. A produção de grãos no estado está estimada em 11 milhões de toneladas, marcando um recuo de 9,1% em comparação com o excepcional desempenho registrado em 2023.
O principal fator apontado pelos especialistas é a combinação de ciclos desfavoráveis da soja e do milho, agravados pelo fenômeno El Niño, que intensificou a estiagem em todo o Nordeste. A produção de soja, prevista em 7,12 milhões de toneladas, representa uma queda de 5,9% em relação ao ano anterior. Já as safras anuais do milho indicam um declínio significativo de 22,9%.
Enquanto a área plantada e colhida apresenta um leve avanço de 1,0%, atingindo 3,57 milhões de hectares, o rendimento médio esperado da lavoura de grãos mostra uma redução de 2,6%, totalizando 3,35 toneladas por hectare.
No entanto, nem todos os setores enfrentam adversidades. A produção de algodão (caroço e pluma) registra um aumento de 3,8%, alcançando 1,81 milhão de toneladas. A cana-de-açúcar também apresenta crescimento, com uma estimativa de produção de 5,54 milhões de toneladas, representando um aumento de 1,4% em relação à safra de 2023.
O café surge como um ponto positivo, com uma projeção de colheita de 270 mil toneladas, um aumento de 9,4% em comparação com o ano anterior. A safra do tipo arábica lidera o crescimento, atingindo 116 mil toneladas, com uma variação anual expressiva de 15,7%.
As estimativas para outras culturas, como banana, laranja, uva, mandioca, batata-inglesa e tomate, apresentam variações diversas, refletindo os desafios e oportunidades enfrentados pelos agricultores baianos.*Foto: Cristiano Mariz