O campus do Instituto Federal baiano, em Teixeira de Freitas, Extremo Sul da Bahia, sediou o 1° Encontro Territorial de Agroecologia Extremo Sul. Passaram pelo evento cerca de 700 pessoas, entres elas agricultores, camponeses, estudantes, trabalhadores urbanos, advogados, indígenas, comunidades tradicionais, professores e técnicos.
O encontro teve como objetivo central difundir as atividades em torno da agroecologia, contrapondo o modelo convencional de agricultura e desincentivando o uso de agrotóxicos e transgênicos. O evento aconteceu entre os dias 13 e 14 de junho de 2018 e foi idealizado e organizado pelo MST, contou mais de 13 entidades e uma programação dinâmica e na metodologia paulo-freiriana.
Durante a atividade, aconteceu a feira e exposição de produtos produzidos na perspectiva agroecológica, além dos espaços de integração e socialização das experiências agroecológicas vivenciadas no território, como troca de saber, fazer e sentir camponês. A abertura aconteceu com mesa de debate da análise de conjuntura política (com João Paulo Rodrigues, do MST), em seguida debatendo os desafios para construção da agroecologia, com representante do MST, da Universidade Estadual da Bahia (Uneb), Terra Viva e Coqueiros de Jucuruçu.
Segundo a Comissão Organizadora, o evento é um marco no território, principalmente por abranger entidades na construção e socialização das experiências agroecológicas, em especial num território onde há predominação muito forte do agronegócio.
A primeira experiência foi exitosa, principalmente por promover a socialização, troca de conhecimento e multiplicação das experiências agroecológicas, conhecimentos tradicionais e tecnologia para compor o ETA do Extremo Sul.
Oficinas
Os espaços das oficinas contribuíram para dialogar e trocar experiências agroecológicas. Entres as oficinas realizadas se pode destacar: Comer o que tem fertilizante, sistematização, SAF, E.A na Agricultura familiar, sementes e milho, grandes animais, gênero e agroecologia, ginecologia natural e artesanato. Os espaços contaram também com a contribuição dos Núcleo de Engenharia de Agua e Solo (NEAS).
Para Edson Santos (17), estudante do IFBA, foi muito gratificante participar da oficina de fertilização. “Saí confiante de qual especialização quero fazer, além disso, foi um momento de trocar e experiência com alunos de outras escolas”, afirma.
Espaço artístico-pedagógico
A socialização das experiências agroecológicas se deu também no espaço artístico. Os participantes puderam vivenciar as experiência de diversos setores do território Extremo Sul, como Escola Popular de Agroecologia e Agrofloresta Egídio Bruneto, Currículo Pedagógico de Agroecologia na Escola do Campo, ARBORETUM e Projeto Assentamentos Agroecológicos.
Intercâmbio Agroecológicos
Com o objetivo de formar e entrelaçar os saberes populares e científicos foram realizadas apresentações de trabalhos científicos e trocas de sementes. Durante as trocas, os participantes foram conversando sobre os nomes e usos das plantas, como se cultiva, acompanha e etc.
A partir dessas experiências esse encontro assumiu que todos os saberes são importantes, bem como evidenciou a valorização das nossas sementes e o enfrentamento que podemos fazer, por meio delas, ao uso dos transgênicos.
Nas palavras do indígena Urucum, da Aldeia Trevo, do Parque Nacional Monte Pascoal, “é muito importante sermos guardiões das sementes, em nossas aldeias e que em sua aldeias são as mulheres que conservam e guardam as sementes”.
“Para nós as sementes também tem essa importância e esse encontro territorial uniu sementes de vida e esperança para nossos movimentos e comunidades”, conclui Urucum.