A equipe de projetos da prefeitura de Mucuri, no extremo sul da Bahia, está concluindo a revisão do plano de trabalho para recuperação de áreas atingidas pela erosão marinha, bem como para conter o avanço da erosão que há cerca de 20 anos começou a derrubar ruas e casas da cidade.
Embora o município tenha decretado emergência ainda em abril de 2017, situação reconhecida pela Defesa Civil do Estado em maio do mesmo ano, somente no início de junho 2018 o problema foi reconhecido também pela Defesa Civil do Ministério da Integração Nacional que deve, a partir de agora, enviar recursos para o município.
De acordo com o empresário de Mucuri, Roberto Santos, as primeiras ruas foram atingidas pela erosão a partir de 1999, “quando foram executadas as primeiras ações de contenção, mas que não seguraram a força do mar”, afirmou, acrescentado que “em 2009 ocorreu outra ressaca intensa, com obras para controlar a erosão, mas que só resolveram em parte o problema”.
Proprietário de pousada, ele disse que esta situação afastou alguns frequentadores das praias do município e causou prejuízo para todos, “mas principalmente para donos de imóveis que foram derrubados pelo mar, inclusive duas pousadas”.
Conforme o coordenador da Defesa Civil da Bahia, Paulo Luz, os projetos em produção contam com a participação de um engenheiro especialista em erosões marinhas.
Ele ressaltou que depois de prontos os planos são remetidos ao Ministério da Integração, que só libera os recursos depois da aprovação dos projetos. Paulo Luz salientou que um dos focos deve ser a implantação de medidas que visam amenizar a erosão, e que a construção de recifes artificiais pode ser uma alternativa.
Com 1.200 leitos em hotéis e pousadas, Mucuri faz divisa com os estados do Espírito Santo e Minas Gerais e é destino turístico bem conceituado no Extremo Sul baiano. Além deste município, também, Prado e Belmonte enfrentam problemas com a erosão marítima.
Em alguns trechos destes municípios baianos a erosão já avançou 1 km. Conforme o engenheiro Luiz Feilux, especialista no assunto, existe a probabilidade deste fenômeno ter relação com a desembocadura de rios nas três cidades baianas.
Em lugares com foz de rios no oceano, existe sempre a possibilidade tanto de erosão com o avanço do mar sobre o continente, ou o contrário. “É importante observar a faixa de recuo na ocupação, pois são muito vulneráveis”, enfatizou.