O discurso xenofóbico de Sandro Fantinel ocorreu após três trabalhadores entrarem em contato com a polícia, na última quarta-feira 2, após escaparem de local onde eram mantidos de forma compulsória. No mesmo dia, a corporação realizou uma operação, resgatando mais de 200 pessoas, que, assim como os homens, eram submetidos a trabalho análogo à escravidão em vinícolas gaúc03has, no período de colheita das uvas.
Contratados pela Fênix Serviços Administrativos e Apoio à Gestão de Saúde Ltda, os trabalhadores saíram, em sua maioria, da Bahia para o estado sulista, e eram oferecidos pela empresa como mão de obra às vinícolas Aurora, Cooperativa Garibaldi, Salton, e a produtores rurais locais.
Conforme relatado pelos resgatados, eles eram ameaçados, extorquidos e agredidos, além de torturados com spray de pimenta e, até mesmo, choques elétricos.
A polícia chegou a prender o administrador da empresa, mas o homem foi solto após pagar fiança.
Já as vinícolas envolvidas tiveram suas atividades na Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) suspensas, e deverão ser responsabilizadas, segundo o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
Parte dos trabalhadores resgatados retornaram à Bahia na segunda (27/02), enquanto outra parcela preferiu permanecer no Rio Grande do Sul. Quase todos, no entanto, conseguiram receber as verbas rescisórias a que tinham direito. No total, o valor das verbas, quando somado, passa de R$ 1 milhão.