Nesta terça-feira 7, as famílias Sem Terra que estavam acampadas em três áreas da empresa Suzano Papel e Celulose deixaram as áreas.
A empresa já havia obtido na justiça a reintegração de posse das áreas que foram ocupadas desde a semana passada como forma de cobrar um compromisso feito pela multinacional de dispor terras para assentar 650 famílias na região.
A primeira reintegração de posse foi cumprida no período da manhã em Mucuri, e logo depois em Teixeira de Freitas e Caravelas, ambas localizadas da região do Extremo Sul baiano.
A reintegração de posse ocorreu de forma pacífica e foi cumprida por policiais Cipe Mata Atlântica (CAEMA) e por seguranças da empresa. De acordo com o MST, ao deixar as áreas, os trabalhadores rurais seguiram para acampamentos vizinhos.
Mesmo após a desocupação da área, as famílias reafirmaram a disposição para que seja reconhecido o direito Constitucional, da execução da Reforma Agrária.
A direção do MST informou ainda que aguarda com expectativa o resultado da reunião mediada pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), onde estarão reunidas as partes que representam a empresa, MST, governo federal e governo estadual, nesta quarta-feira 8, às 14h em Brasília/DF.
Eliane Oliveira, membro da direção estadual do MST-BA, denuncia que cerca de 70% das áreas agricultáveis estão sob domínio da empresa Suzano na região há mais de três décadas, causam problemas ambientais e sociais seríssimos.
“As famílias que moram nas áreas próximas das instalações da papeleira, sofrem com a pulverização aérea de agrotóxicos, com o sumiço das abelhas, com problemas relacionados à escassez hídrica e envenenamento das águas nos municípios, esse é o impacto ambiental causado pelo deserto verde dos eucaliptos”, disse a dirigente.