O ex-diretor da Defesa Civil de Salvador (Codesal), Gustavo Ferraz, admitiu à Polícia Federal que buscou parte dos R$ 51 milhões do bunker de Geddel Vieira Lima para alimentar campanhas do PMDB na Bahia. Isso explicaria o fato de suas digitais terem sido encontradas nas cédulas, já que Ferraz garante que nunca esteve no apartamento usado como bunker.
O homem de confiança de Geddel relatou ter buscado as malas com dinheiro em um hotel de São Paulo, em 2012, e seria usado nas campanhas de prefeitos e vereadores do PMDB no estado. De acordo com o Estadão, Ferraz também contou à PF que foi informado pelo ex-ministro de que “a entrega do dinheiro seria intermediada por uma outra pessoa”, com quem ele deveria se encontrar em um hotel.
Ao chegar no lugar indicado e se encontrar com a pessoa, os dois foram até um escritório “sem identificação externa”, onde aguardou em uma sala de reuniões até pegar uma mala de dinheiro de “tamanho pequeno, compatível com as permitidasno interior de aviões”. Outro interposto fez a entrega do dinheiro. “Logo depois, a pessoa que entregou a mala disse para descer até a garagem do prédio e entrar num Vectra de cor preta para ser transportado até o aeroporto de Congonhas”, disse Ferraz.
O motorista do carro o teria levado até o comandante da tripulação de uma aeronave particular e o orientado a embarcar em um voo fretado para Salvador. Ao chegar na capital baiana, Ferraz alega ter sido levado por um motorista do PMDB até a casa de Geddel, onde a mala, com notas de R$ 50 e R$ 100, foi aberta e o dinheiro, conferido. Geddel não comentou o caso.