Desde o início da gestão ACM Neto, em 2013, a prefeitura de Salvador acumula aproximadamente R$ 2,2 bilhões em empréstimos junto a diferentes instituições financeiras. O tema vai ganhar força nas próximas semanas na Câmara Municipal, especialmente em meio à bancada de oposição, pois em outubro a gestão municipal encaminhou à Casa projetos de lei para autorizar duas operações financeiras do gênero. Para esta terça-feira (7) está marcado um debate dessas propostas entre os vereadores e Edvaldo Brito (PSD) deve ser um dos que vão se posicionar contra os textos. Em entrevista ao Bahia Notícias nesta segunda (6), ele comentou que se preocupa com o “ônus futuro” dessas medidas e teme que elas possam causar um endividamento que comprometa as finanças da cidade. “É um comprometimento que não tem nada a ver com a capacidade de endividamento do município. É um comprometimento que tem que a ver com a arrecadação futura. E aí quem vier lá na frente vai nos culpar porque estamos permitindo tantos empréstimos e vai querer aumentar impostos para poder saldar os débitos e prosseguir com as atividades que planejou na sua campanha”, afirmou o vereador, que não integra nem a bancada do governo, nem a da oposição, mas que nesta segunda compareceu a um almoço com vereadores oposicionistas. Entre os pedidos de empréstimo protocolados na Câmara desde 2013 existem projetos em que o valor da operação financeira está em dólares. Para fazer o levantamento, o Bahia Notícias converteu os números com base na cotação atual da moeda. O empréstimo mais expressivo realizado durante a gestão de ACM Neto foi aprovado em novembro de 2016 pela Câmara. Os vereadores aprovaram uma operação de crédito externo no montante de até US$ 250 milhões junto ao Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD). De acordo com a prefeitura, o valor seria empregado na realização do Projeto Salvador Social, com ações voltadas para os setores de educação, saúde e assistência social. Em 2013, os vereadores também aprovaram uma operação de crédito de R$ 100 milhões junto à Desenbahia. Mas no ano seguinte, a prefeitura encaminhou um novo projeto de lei à Casa revogando o texto pois o valor não foi autorizado pela instituição financeira.