O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, anunciou nesta sexta-feira 9, o nome de Rui Costa, 59 anos, como o seu futuro ministro da Casa Civil. O atual governador da Bahia assumirá o principal ministério do Palácio do Planalto, que costuma ter uma função de gerenciar as demais pastas do governo.
No estado, Costa é considerado um “tocador de obra” e fechará o segundo mandato com 85% da aprovação da população. Com estilo centralizador, tem como característica ser rígido com prazos, resultados e sempre busca saber detalhes dos projetos tocados pelos secretários, perfil que o fez ser conhecido como “Rui Correria” pelos subordinados. Segundo petistas, são características que o credenciam para o cargo.
“Tomei a atitude de indicar o companheiro Rui Costa para a Casa Civil”, disse Lula.
Como governador, visita pessoalmente canteiros de obras, consulta a planta da construção e questiona os técnicos sobre cada detalhe, inclusive sobre a posição solar do imóvel. Com um ministério específico para a articulação política, o objetivo de Lula é ter uma Casa Civil no estilo mais administrativo do dia a dia das pastas, de contato com os demais ministros e secretários executivos e controle dos projetos considerados prioritátios pelo futuro governo.
À frente da Casa Civil, a expectativa é que Rui Costa possa coordenar a execução de programas de infraestrutura como o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Aliados enxergam em no governador o perfil semelhante ao que Dilma Rousseff teve no segundo governo Lula, quando ficou conhecida como “mãe do PAC”.
Petistas afirmam que, a exemplo da ex-presidente, Costa também tem um estilo mais duro, que muitas vezes incomoda auxiliares. É o tipo de gestor que respira trabalho e exige que todos estejam bem preparados nas reuniões. Durante a campanha, em que passou viajando longe de Salvador para ajudar a eleger seu ex-secretário de Educação Jerônimo Rodrigues (PT) como sucessor, os subordinados mais próximos brincavam que com o chefe longe “poderiam trabalhar tranquilamente”.
Mais conhecido pelo perfil de gestor do que pela habilidade política, Costa tem como padrinho político o senador Jaques Wagner (PT-BA), um dos parlamentares mais próximos de Lula. Costa foi secretário de Wagner em duas ocasiões.