Secretários e parte da equipe do filme ítalo-brasileiro “Silêncio” se reuniram na tarde da última segunda-feira 27 de fevereiro no Centro Administrativo da Conquista, para tratar sobre as gravações do longa-metragem em Ilhéus. Escolhida para ambientar o filme, a cidade se consolida como importante destino cinematográfico, visto que a produção chega para promover e divulgar as potencialidades turísticas locais.
A pauta do encontro girou em torno do apoio que a Prefeitura prestará para assegurar que as gravações sejam realizadas conforme o planejado. A equipe apresentou as principais demandas, que serão atendidas pela administração municipal, a fim de viabilizar da melhor forma as filmagens a serem realizadas durante o mês de março no distrito de Lagoa Encantada e em outros pontos da cidade.
Por determinação do prefeito Mário Alexandre, as secretarias estão mobilizadas para dar suporte às filmagens. “Uma produção importante que fomenta a indústria do cinema nacional. Estamos à disposição para auxiliar nesse trabalho, que sem dúvida vai alavancar ainda mais a atividade turística da nossa cidade”, destacou Mozart Aragão, secretário da Casa Civil.
Ilhéus que já foi berço de grandes produções como “Gabriela”, famoso romance de Jorge Amado, mais uma vez recepciona produtoras, diretores e atores que buscam uma ambientação rica em detalhes.
Participaram da reunião, o secretário de Serviços Urbanos, João Aquino; o secretário de Cultura, Geraldo Magela; o superintendente de Comunicação Social, Emenson Silva; o diretor-geral da Autarquia de Transporte e Trânsito, Valci Serpa; além da diretora de produção, Camila Machado; da produtora de platô, Juliana Calles; e da primeira assistente de produção, Taís Bichara.
Sobre o longa-metragem
Dirigido pelo cineasta baiano Henrique Dantas, Silêncio conta a história de Tuã, representado por Fabrício Boliveira (“Faroeste Caboclo” e “Simonal”), um médico oncologista pediátrico que foi radicado na Europa aos três anos de idade junto com sua mãe, a qual virá a cometer suicídio no tempo atual.
Em contrapartida, sua avó Sina, que é interpretada por Helena Ignez (“Cara a Cara” e “Bandido da Luz Vermelha”), ainda mora no Brasil e vive com seu avô Horácio, atuado por Antônio Pitanga (“O Pagador de Promessas”). Horácio é cadeirante e sofre de Mal de Parkinson, enquanto que Sina descobre um câncer, fato que motiva o protagonista a retornar ao seu país natal.
“Ilhéus guarda particularidades que têm muito a ver com a infância vivida pelo Henrique Dantas. Então, essas coisas são muito presentes, a paisagem, a relação com a fazenda e a Lagoa Encantada. A gente também traz o contraste entre o inverno europeu e o cenário de Mata Atlântica, beira de praia. O filme fala de morte, mas também de resgate dos laços familiares”, explicou Camila Machado.
O longa-metragem é fruto de uma cooperação entre as produtoras brasileiras Hamaca Filmes e Muiraquitã Filmes com a italiana La Sarraz Pictures. A narrativa, que engloba assuntos diversos em sua construção como a ditadura militar no Brasil, perda de entes queridos e misticidade, promete refletir sobre a morte e suas nuances, bem como os aprendizados que a experiência com a mesma traz.
Além disso, o diretor Henrique Dantas destaca a possibilidade de voltar a sentir em um período pós-pandemia, com a dessensibilização do personagem Tuã sendo a representação de um fenômeno social.