O extremo sul é um grande produtor de mamão. Aqui milhares de pessoas vivem desta cultura. O mamoeiro é uma das poucas plantas frutíferas capazes de produzir durante todo o ano, representando uma das atividades de maior expressão econômica, ressaltando inclusive sua função social, geradora de empregos e absorvente de mão-de-obra de forma continuada. Porém uma doença antiga agora ficou bem mais resistente. O mosaico é uma das doenças mais sérias do mamoeiro. É causado por um vírus e é transmitido pelo pulgão, inseto que se instala nas ervas daninhas que crescem em volta dos pés. O pulgão carrega o vírus causador do mosaico e quando pica o mamoeiro doente, ele adquire o vírus, vai para outras plantas e transmite para os pés sadios.
Os primeiros sintomas aparecem nas folhas, que começam a ficar deformadas, com manchas mais claras, por isso o nome de mosaico. Outro sintoma aparece no talo, tipo uma estria, e nos frutos, em formato de anel. Às vezes, os frutos estão aparentemente saudáveis, mas a lavoura já está comprometida. O produtor não quer perder dinheiro, cortando uma planta antes do momento certo da colheita, mas não tem outro jeito, tanto que existe até instrução normativa do Ministério da Agricultura que determina o corte compulsório dos pés infectados pelo vírus, mesmo sem o consentimento do produtor.
A boa aparência dos frutos pode ser uma das explicações para o aumento do número de casos no extremo sul da Bahia e como não há inseticida para acabar com a doença, a única forma de controle é o corte dos pés contaminados, mesmo quando eles estão carregados de frutas bonitas. Esta virose ocasiona grandes perdas na produção, podendo chegar à destruição total das plantações afetadas, provocando a mudança constante de zonas produtoras.