O início do período da colheita do café reforça a geração de empregos em Itamaraju, no extremo sul da Bahia. Oportunidade para muitas pessoas que tinham outro tipo de trabalho e que agora estão desempregadas, conseguirem um serviço na área. Nessa época, a cadeia produtiva gera mais de 5 mil empregos na região.
O clima ajudou e nesse ano 2018 a produção vai ser maior. De acordo com o primeiro levantamento feito pela Companhia Nacional de Abastecimento, a alta na safra deve ficar entre 29% e 46%. A mão de obra é essencial para colher a lavoura.
A estimativa é que dos 90% do contratados estavam sem emprego. Diante da crise vários trabalhadores como empregada doméstica, pedreiro e até do próprio comércio, como vendedor, estão trabalhando na colheita do café. Uma das pioneiras a chegar ao extremo sul da Bahia, há 30 anos, no município de Itamaraju, a Cafenorte já teve 6 milhões de pés de café na região e atualmente tem 4 milhões de pés (1.800 hectares).
Cinco anos atrás, a produção de conilon na região, não passava de 400 mil sacas. A Assocafé estima que nos últimos quatro anos tenham sido implantados 10 mil hectares de café, o que elevou a área total no extremo sul da Bahia para 30 mil hectares.
Para o sul da Bahia, a Conab estima área de 24.179 hectares e produção de 769,5 mil sacas para 2018 com produtividade média de 31,83 sacas por hectare, ante 32,81 sacas no Espírito Santo.
Com a expectativa de mais produto no mercado, o preço já caiu. “As condições climáticas em 2017 favoreceram um bom desenvolvimento das plantas, houve um bom pegamento das floradas. Juntamente com a queda do preço internacional, provocado principalmente pelo período de colheita da safra do Vietnã, fez com que o preço caísse mais de 10% só em janeiro”, explica Antônio Pancieri Neto, corretor de café.
A rentabilidade não tão atrativa é um fator de desestímulo para a expansão da produção no extremo sul da Bahia, segundo Rodrigo Silva Ernani, classificador de café da Cafenorte, uma das maiores empresas da região. A companhia tem produção de conilon no sul da Bahia e uma exportadora no Espírito Santo para comercializar café.
Nesta safra, devem ser colhidas nessa área 61 mil sacas, acima das cerca de 55 mil do ciclo anterior, prejudicado pela seca. A estimativa é que a área de café conilon do extremo sul baiano não será ampliada significativamente também por falta de mão de obra.