O município de Santa Cruz de Cabrália, na Bahia, tem sido palco de investimentos na área da Educação Indígena, visando fortalecer a cultura dos povos originários e promover práticas educacionais inovadoras. Com um aporte de mais de R$ 1,1 milhão, o Governo da Bahia, por meio da Secretaria da Educação do Estado (SEC), tem implementado uma série de ações que beneficiam diretamente a comunidade escolar indígena.
Um dos projetos é o Tecendo Saberes Ancestrais, que destaca a contribuição histórica dos povos originários e promove a educação ambiental, a interação cultural e as práticas esportivas nas escolas. Alinhado às diretrizes curriculares nacionais e à legislação que torna obrigatório o estudo da história e cultura indígena, o projeto visa formar cidadãos indígenas conscientes, críticos e comprometidos com a preservação de sua cultura e o desenvolvimento sustentável.
No Colégio Estadual Indígena de Coroa Vermelha, os estudantes estão engajados na organização da Feira Nordestina, que culminará com o Arraiá da Sustentabilidade. O evento, marcado para esta sexta-feira, combina tradições culturais com práticas sustentáveis, promovendo uma rica troca de saberes e valorizando as identidades indígenas e nordestinas. A iniciativa é um reflexo do protagonismo dos jovens na construção de sua identidade e na valorização de suas raízes culturais.
Verônica Santos Pataxó, coordenadora pedagógica, destaca a importância da Feira Nordestina como uma forma de valorizar e integrar as diversas manifestações culturais e artísticas indígenas e nordestinas. Os estudantes são incentivados a se reconhecerem em suas múltiplas identidades, preservando suas raízes e enriquecendo o ambiente escolar com suas tradições e conhecimentos.
O projeto Tecendo Saberes Ancestrais atua em diversos eixos, promovendo a interdisciplinaridade e o fortalecimento cultural nas escolas indígenas de Cabrália. A iniciativa abrange desde os Jogos Estudantis Indígenas até o Programa Florescendo o Amanhã, que estimula a preservação ambiental e a conscientização sobre a importância da natureza. Além disso, práticas como o Escola Indígena em Movimento resgatam as brincadeiras tradicionais e reforçam a identidade e o orgulho indígena na comunidade escolar.