O prefeito bolsonarista do município de Itamaraju Marcelo Angênica (PSDB), que ficou conhecido nacionalmente por rejeitar UTIs em plena pandemia e recorrer na justiça até a morte de pacientes para não fornecer cirurgias, volta ao cenário com mais um ato de desumanidade ao determinar a retirada da linha do transporte escolar que transportava uma criança com deficiência física.
O caso ganhou repercussão após a mãe de duas crianças, uma especial, que residem na zona rural de Itamaraju, procurar o Ministério Público (MP-BA) para denunciar que a linha do transporte escolar que atendia suas filhas foi interrompida supostamente “por falta de alunos”.
Juliana Araújo, mãe das crianças, relatou ao MP que suas duas filhas estudavam no turno vespertino por conta da distância de 6 km entre a associação onde moram e o local da escola. De acordo com ela, caso optassem pelo turno matutino, suas filhas [inclusive a especial] teriam que acordar antes das 4 horas da madrugada para conseguirem alcançar o transporte escolar, algo extremamente penoso para uma criança que possui deficiência física e necessita de cuidados especiais.
Para justificar o corte da linha de transporte escolar (que faz parte de um contrato que custa quase R$ 1 milhão por mês) o diretor responsável, Paulo Nogueira, alegou que a família é responsável por providenciar o transporte para as crianças. “O transporte e a facilitação do acesso à escola não incumbe exclusivamente ao Estado (Município), a quem compete oferecer a linha de transporte escolar, mas também à família, que não está isenta de colaborar no transporte de sua criança ou adolescente.” Disse o diretor em ofício enviado ao MP.
O caso é apurado pela promotora Catharine Rodrigues, que deverá promover diligências buscando solução para o problema. Enquanto isso, o prefeito Marcelo Angênica, constrói um fim de carreira caótico, marcado por atitudes desumanas e de clara falta de empatia com o povo que o elegeu.