Os membros do Conselho Municipal de Acompanhamento e Controle Social do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (FUNDEB) apresentaram ao Ministério Público Estadual no último dia 11 de Julho uma denúncia de fatos apontando irregularidades no transporte escolar da Prefeitura de Itamaraju.
Segundo a denúncia, os membros do Conselho realizaram visitas nas escolas Centro Educacional e Reitor Edgard Santos com o objetivo de constatar as condições do transporte dos alunos. Durante a vistoria os conselheiros identificaram ônibus com condições físicas totalmente inadequadas e constataram ainda que apresentavam falta de manutenção.
Os conselheiros também visitaram a garagem do transporte escolar. De acordo com a denúncia, os ônibus estariam dividindo espaço com equipamentos da secretaria de obras, inclusive ao lado de uma micro usina de asfalto onde há constante utilização de materiais asfálticos que podem ser altamente inflamáveis.
Durante a vistoria ainda teria sido constatado a inexistência de documentos comprobatórios para o funcionamento do transporte escolar, além da constatação de desatualização do arquivo do pessoal que trabalha no setor. O departamento estava sendo gerido clandestinamente pelo ex-candidato a vereador, Marcio Pires, que embora tenha sido nomeado para a função de diretor de cultura com uma remuneração maior, nunca teria exercido o cargo, já que respondia pela frota do transporte dos alunos da rede municipal.
Em 2017 o prefeito Marcelo Angênica (PSDB) teria sido denunciado ao Ministério Público Federal por supostos desvios de recursos no transporte escolar. Na época foi descoberto que ônibus sucateados e sem funcionamento apareciam diariamente na lista diária de abastecimento. O esquema ficou conhecido como “máfia dos combustíveis”, que envolveu ainda o secretário de Saúde, Elan de Lozinho e o ex-diretor de transportes da saúde, Fábio Lima. De acordo com a denúncia, o prejuízo pode ter chegado a R$ 400 mil. O transporte escolar de Itamaraju é um dos mais caros da região e custa quase R$ 7 milhões por ano aos cofres municipais com locações, o suficiente para comprar 30 ônibus novos todo ano.