Em um discurso proferido durante a formalização da criação do Parque Tecnológico Aeroespacial da Bahia, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lançou duras críticas aos seus antecessores, alegando ter herdado um país “devastado por uma praga de gafanhotos”. Sem citar nomes, Lula apontou a extinção de ministérios, incluindo Cultura e Pesca, além da ausência de políticas públicas.
“Eu peguei o país devastado por uma praga de gafanhoto que destruiu quase tudo que a gente tinha feito em 13 anos de evolução. A gente foi acabando não apenas com os ministérios, mas a gente foi acabando com as políticas públicas”, afirmou o ex-presidente.
Lula destacou problemas específicos, como a falta de reajuste na merenda escolar por quase sete anos, afirmando que houve a necessidade de investimentos significativos na Ciência e Tecnologia para recuperar setores que, segundo ele, foram negligenciados nos anos anteriores.
“Esse país já poderia estar consagrado como a quinta economia do mundo há muito tempo, mas há muita gente nesse país que teima em retroceder. O que fizeram com a nossa Petrobrás? E a privatização da Eletrobrás? Foi um escárnio o que se fez num setor estratégico como setor de energia desse país”, criticou Lula.
O evento também marcou a criação do Parque Tecnológico Aeroespacial da Bahia, que será instalado na Base Aérea de Salvador, em uma área cedida pela União ao Senai Cimatec. O parque terá como objetivo fomentar o ensino, realizar pesquisas avançadas e promover a inovação no campo aeroespacial. A gestão ficará a cargo do Senai Cimatec.
Após a assinatura do Acordo de Cooperação Técnica em outubro do ano passado, uma comissão de estudo, composta por representantes do Ministério da Defesa, Comando da Aeronáutica, Governo da Bahia e Senai Cimatec, avaliou a viabilidade da implementação do centro. O relatório concluiu, em dezembro, que não há impedimento jurídico ou normativo à instalação do Parque em Salvador. * Fotos: Mateus Pereira/GOVBA