No cenário da robótica na Bahia, um movimento liderado por jovens meninas negras está transformando a paisagem dominada por estereótipos e falta de representação. Os projetos Tech Girls e Robôchicas, ambos em Camaçari, buscam não apenas competir em campeonatos, mas também inspirar e capacitar outras jovens a entrar no mundo da Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática (STEM).
As Tech Girls, apoiadas pelo Colégio Sesi Milton Santos, Campus Camaçari, surgiram como resposta à baixa presença feminina nos campeonatos de robótica. Ricardo Silva e Vanessa Coelho, orientadores do projeto, perceberam a disparidade e formaram uma equipe dedicada a mudar esse cenário. As jovens Ana Agapito, Beatriz Mota, Gabriela Salomão e Paula Anacleto não só venceram a Olimpíada Brasileira de Robótica (OBR) Nacional na categoria Responsabilidade Social e Divulgação Científica, mas também criaram oficinas de robótica para escolas públicas locais, buscando ampliar o acesso e desmistificar a área.
No âmbito do Robôchicas, as estudantes Emily Almeida, Jéssica Oliveira e Luana Santos do Colégio Estadual João Pedro dos Santos estão desbravando o campo da robótica com iniciativas que vão desde a construção de robôs até a participação em competições. Além das atividades práticas, o grupo realiza eventos de conscientização, incluindo palestras, workshops e participação em feiras educacionais, destacando a importância da presença feminina e negra na robótica.
Jéssica Oliveira enfatiza o propósito do projeto: “Queremos mostrar que não existe área exclusiva para homens. As mulheres, principalmente as negras, têm potencial para se destacar e inovar nesse campo. Estamos quebrando barreiras e inspirando outras meninas a acreditarem em seu potencial.”
Essas iniciativas não apenas apontam para a necessidade de mais diversidade na robótica, mas também destacam o impacto positivo que as meninas negras podem ter ao ocupar espaços historicamente dominados por homens. Esses projetos pioneiros não só estão formando futuras líderes em STEM, mas também promovendo a inclusão, a diversidade e desafiando normas que por muito tempo limitaram o potencial dessas jovens talentosas.