O cantador e violeiro Tau Brasil faleceu na manhã da última sexta-feira 4, no Hospital São Vicente de Paulo, em Águas Formosas/MG, aos 61 anos, vitimado por um infarto. No sábado 5, nessa mesma cidade do Vale do Mucuri, ele faria um show acompanhado do filho músico, Augusto Cordeiro, dentro da turnê “Tau Pai, Tal Filho”. O corpo foi velado e sepultado em solo águas-formosense.
Tau Brasil, Carlos Roberto Cordeiro, era natural de Fronteira dos Vales, município também situado no Vale do Mucuri, no nordeste de Minas Gerais. Atualmente vivia em Contagem na Região Metropolitana (RM) de Belo Horizonte. O cantor e compositor, antes de se tornar conhecido no país, já era popular no Vale do Jequitinhonha e no Vale do Itanhém (extremo sul baiano), especialmente em cidades como Itanhém e Teixeira de Freitas.
O cantador se encaixava na vertente dos cancioneiros regionalistas, como Bilora, Pereira da Viola e Rubinho do Vale, que além de grandes intérpretes se destacam também como embaixadores da cultura de suas regiões, como os vales do Mucuri e do Jequitinhonha. São regiões pobres do ponto de vista econômico, mas muito ricas histórica e culturalmente. Suas canções retratam a simplicidade da vida interiorana e, ao mesmo tempo, celebram a grandeza que emana do jeito de ser e fazer sertanejo.
Tau Brasil ganhou dezenas de prêmio em festivais da canção pelo Brasil e deixou cinco CDs gravados – como “Nas Trilhas do Mucuri” (2013) –, além de participações marcantes em programas televisivos como “Arrumação” (Rede Minas), com Saulo Laranjeira e “Sr. Brasil” (TV Cultura), com Rolando Boldrin.
No auge da pandemia da Covid-19, quando milhares de brasileiros perdiam suas vidas diariamente para o vírus terrível, Tau Brasil teve uma iniciativa das mais humanitárias e musicais: cantar da sacada de sua residência, em Contagem, para seus vizinhos. Essas apresentações – que ficariam conhecidas como Show da Sacada – eram transmitidas em tempo real pelas redes socias.