Diante de um contexto cada vez mais desafiador para a efetivação do Programa Nacional de Reforma Agrária como um meio de democratização do acesso à terra, o Setor de Direitos Humanos do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST-BA) e a Associação de Advogados de Trabalhadores Rurais (AATR-BA) realizaram na última sexta-feira,16, uma Plenária Estadual sobre o Dilema da Titulação Individual e seus os reflexos nos assentamentos do extremo sul baiano.
Os participantes de todas as 10 regiões do estado tiveram uma manhã de reflexão na leitura da atual conjuntura da reforma agrária e os dilemas referentes ao tema. A Plenária virtual resultou na elaboração de uma Nota Técnica que aponta que 413 processos de desapropriação de terras que estavam em andamento no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) foram paralisados.
Neném direção Nacional do MST, em sua fala avaliou como foi desencadeado esse dilema dentro dos assentamentos e qual e o principal objetivo do governo federal. De acordo com ele, o MST não é conta a titulação e sim a forma como está o processo esta sendo construindo dentro dos assentamentos.
“A nossa luta é por terra, pela soberania popular e qualidade de vida. Ou seja queremos título, mas também saúde, educação, estrada, política pública para fortalecimento da agricultura família, enfim uma vida digna no campo possa garantir que as famílias tenham o título e continue produzido e vivendo no campo”, defendeu Neném
Para Leunildes Souza do Assentamento Gildasio Salles, a regional do MST na região foi palco dos ataques sem justificativas por parte do governo federal. “ Foi deprimente ver a Força Nacional se deslocar para o extremo sul sem motivo, com um arsenal de guerra para confrontar com trabalhadores e trabalhadoras do campo que produziam alimentos saudáveis em quarentena”, lamentou o assentado acrescentando que preciso levar esse debate para nossa base, e enfrentar esse governo através organicidade interna e debate direto”.