O prefeito de Itamaraju, Marcelo Angênica (PSDB), que também é médico, deve prestar esclarecimentos ao Ministério Público no dia hoje, 26, sobre a situação da Unidade se Pronto Atendimento – UPA de Itamaraju que está fechada.
O gestor municipal e o secretário de saúde, Elan de Lozinho (PSDB), foram denunciados ao MP por terem supostamente abandonado a unidade de saúde logo no início da gestão, permitindo assim a depredação do imóvel. Segundo a denúncia, em abril de 2017, após ter ocorrido o primeiro roubo no prédio da UPA, o prefeito retirou os vigilantes e toda a estrutura acabou sendo depredada.
Marcelo Angênica e Elan de Lozinho foram notificados pelo Ministério Público no início desse mês e tiveram 10 dias para enviar por escrito os esclarecimentos. O prazo se encerra hoje 26. Eles receberam a unidade de saúde pronta e não colocaram em funcionamento.
No último domingo, 24, centenas de moradores fecharam a BR 101 em protesto contra o abandono da UPA e as más condições da saúde pública local. Moradores tem cobrado a abertura da unidade que foi uma das promessas de palanque do prefeito, além de acusarem Marcelo Angênica de não abrir a UPA temendo concorrência com uma clínica particular que seria de propriedade do prefeito. “Ele não quer abrir a UPA com medo de perder clientes em sua clínica particular!.” Disse um dos moradores durante o protesto.
O município de Itamaraju vive um caos na saúde pública, e o hospital municipal constantemente lotado tem sido alvo de críticas por ter registrado o maior número de óbitos nos últimos 20 anos. Segundo a denúncia, aproximadamente 300 pessoas morreram na unidade hospitalar no primeiro ano do governo de Marcelo Angênica. O número representa quase 70% do total de mortes no município, que somadas às mortes ocorridas em vias públicas e em domicílios da cidade, chegou a 473 em 2017.