Com trabalho intenso e investimentos em tecnologia e manejo durante as últimas décadas, a região oeste da Bahia passou a ser reconhecida, nacionalmente, pela produção de grãos e fibra.
Mas a partir da consolidação das três principais culturas – soja, milho e algodão – os produtores começaram a abrir espaço para a diversificação da matriz produtiva, o que permitiu avançar na produção de cacau nos campos produtivos.
A insuficiência na oferta de mudas implicou em um lento processo de ampliação das áreas plantadas de cacau.
No início, mudas foram trazidas do sul da Bahia, mas a logística se mostrou ineficiente, por isso, foi necessário desenvolver as primeiras mudas nativas da região.
Cultivando, atualmente, 31 hectares da fruta, Antelmo Pinto vem aumentando a área gradativamente. “Está sendo concluída a primeira estufa com várias parcerias. Essa é a primeira, das 20 projetadas, que vão resultar em mais de 100 mil mudas de cacau com alta tecnologia. Até 2022 serão 2 milhões de mudas produzidas por ano”, destaca o vice-presidente da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), Moisés Schmidt.
Segundo ele, a cacauicultura começou, na região, há aproximadamente sete anos, quando os técnicos da Ceplac, estiveram na região e constataram que as pequenas áreas plantadas, mesmo sem nenhum trato mostravam excelente desenvolvimento, concluindo assim que essa região estava apta para a produção de cacau.
No início, era o plantio de apenas três hectares, no perímetro irrigado da Codevasf, em Riacho Grande, a 20 quilômetros de Barreiras, no município de Riachão das Neves.
“Em seguida, adquirimos a área e implantamos a mecanização e a irrigação que usávamos na soja e no milho e, assim, estamos com a cultura do cacau em plena expansão no oeste da Bahia”, acrescenta Schmidt destacando o otimismo dos produtores baseado no conjunto: alta produtividade, a partir do manejo sustentável com uso de tecnologias nos processos de gestão, rastreabilidade, mecanização e bioquímicos nas lavouras cacaueiras.
“O cacau é uma fruta muito bem aceita pelos fruticultores da região. Ainda estamos fazendo os ajustes finos, desde a questão do plantio, que mudou das tradicionais covas para sulcos, a questão da fertilidade da planta, os manejos de irrigação e dos tratos culturais, tendo em vista que não temos aqui algumas doenças comuns no sul da Bahia e no Pará. Esses pontos positivos estão sendo observados e mapeados, para tentar alcançar uma produtividade ainda maior”, finaliza.