A reitora da UFSB, professora Joana Angélica Guimarães da Luz, foi uma das convidadas de uma mesa-redonda on-line sobre o tema “Cotas Raciais” junto à Comissão Mista Permanente sobre Migrações Internacionais e Refugiados (CMMIR) do Congresso Nacional.
O evento ocorreu na ultima sexta-feira 13, e contou também com a presença de pesquisadores do tema, autoridades e representantes cotistas. Além de ressaltar a importância da Lei nº 12.711/2012 (Lei de Cotas) para as políticas de ações afirmativas, o evento abriu espaço para a reflexão sobre os possíveis caminhos a seguir, já que em 2022 a lei será revisada por ocasião dos seus dez anos de existência.
“O racismo estrutural ainda permanece, apesar de ter sido ampliado o quantitativo de pessoas negras nas universidades. Temos ainda muito que avançar, por exemplo, nas pós-graduações, nos espaços de liderança”, ressaltou a reitora da UFSB, lembrando que das 148 Instituições de Ensino Superior (IES) públicas do país, menos de dez estão sendo dirigidas por reitores negros.
A ampliação da presença de cotistas no ensino superior no país mudou também o perfil das universidades, exigindo adequações. “Com a entrada dos cotistas, o que muda na percepção dessa universidade que sempre foi elitista, branca e europeia? Precisamos garantir não apenas a chegada das minorias na universidade, mas lutar para que elas sejam realmente integradas e seu conhecimento seja também valorizado”, destacou a reitora Joana Angélica.
“A chegada dessas pessoas à universidade deve provocar uma mudança na condução, na forma de fazer ciência, de fazer conhecimento, de discussões em relação a diversas temáticas nas nossas instituições”, concluiu a reitora.
A importância do Plano Nacional de Assistência Estudantil (PNAES) como decisiva para a manutenção dos estudantes cotistas na universidade também foi destacada. Frente aos sucessivos cortes de verba para a assistência estudantil nas IES, foi apresentado ao senador Paulo Roberto Paim solicitação para que o PNAES entre na pauta do Congresso Nacional.
O PNAES ainda é um decreto (Decreto 7.234/234), mas é preciso que se torne lei para que seja garantido aos estudantes o acesso a auxílios que viabilizem sua permanência na universidade. Também foi mencionado especificamente a bolsa permanência voltada para estudantes indígenas e quilombolas, que não é ofertada desde 2019.