Um dia após o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCM-BA) Mário Negromonte virar réu na Operação Lava Jato, o governador Rui Costa (PT) adotou cautela ao falar da situação do ex-deputado ligado ao PP – um dos principais partidos da base aliada dos governos petistas na Bahia, desde 2006, e atual detentor da vice-governadoria, comandada pelo presidente da sigla no estado, João Leão.
Rui não quis polemizar o assunto ao dizer que não quer fazer “ilações” e que o ex-deputado federal “terá a oportunidade de apresentar sua defesa e provar sua inocência”. O conselheiro, que foi ministro das Cidades no governo de Dilma Rousseff (PT), é acusado, na denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal (MPF) em outubro do ano passado, de receber R$ 25 milhões em propina para beneficiar empresas do setor de rastreamento de veículos.
Negromonte não compareceu ao tribunal nesta quinta-feira, 22. Durante sessão plenária, nenhum conselheiro fez menção ao fato até o final da tarde. A notificação de afastamento do conselheiro pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) não havia chegado à presidência do tribunal, até as 17h desta quinta.
Os processos de contas de municípios que seriam tocados por Negromonte devem ser passados para as mãos de um conselheiro substituto, auditor de carreira, de nome ainda indefinido, assim que o afastamento for confirmado, de acordo com a assessoria de imprensa do TCM.
“Não quero comentar, não conheço o processo, não quero fazer ilações. Eu sou muito cauteloso, cuidadoso nas minhas declarações. Ele vai ter a oportunidade de apresentar sua defesa e de provar sua inocência. Sou cauteloso nas minhas declarações. Qualquer comentário que faça será precipitado e leviano”, afirmou o governador na manhã desta quinta, durante vistoria a uma passarela de pedestres da Estação Rodoviária.