A startup francesa Morfo promete revolucionar o processo de reflorestamento com o uso de imagens de satélite e drones no Brasil.
A empresa pretende aumentar significativamente a eficiência do plantio de árvores na Bahia, reduzindo os custos e o tempo necessário para recuperar áreas degradadas e está iniciando um projeto experimental na região de Santa Cruz Cabrália, a cerca de 30 km de Porto Seguro, na Costa do Descobrimento, onde a Mata Atlântica é presente.
Após essa fase inicial, a startup planeja expandir para o Rio de Janeiro e o Paraná, realizando pilotos em áreas de 20 a 50 hectares ainda este ano.
Segundo o CEO da Morfo Brasil, Gregory Maitre, a tecnologia da empresa é capaz de superar as limitações do reflorestamento tradicional. Enquanto uma pessoa leva em média um dia para plantar de 0,5 a 1 hectare de área, com os drones da Morfo é possível cobrir impressionantes 50 hectares em um único dia.
A escolha da Mata Atlântica pela startup se deve ao seu grande potencial de restauração e biodiversidade. Além disso, a maturidade das comunidades locais e dos atores envolvidos no processo é um fator crucial para o sucesso da iniciativa.
De acordo com Gregory Maitre, o processo de plantio é personalizado de acordo com as características do terreno. Imagens de satélite e fotos capturadas pelos drones são analisadas para determinar as espécies mais adequadas para cada área a ser restaurada. “A escolha das sementes é feita em parceria com comunidades locais, garantindo a sustentabilidade do projeto”, explica ele.
A startup tem planos ambiciosos para catalogar até 375 espécies até 2024, facilitando a escolha das sementes para futuros projetos. No ano passado, a Morfo captou € 4 milhões em sua primeira rodada de financiamento, com investimentos liderados pelo Demeter IM e Raise Ventures, empresas focadas em transição ecológica e apoio a startups.