Ao menos 27 trabalhadores rurais tiveram um mal-estar após participarem de uma colheita de café, em uma fazenda atingida por uma praga, entre as cidade de Porto Seguro e Eunápolis.
A Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (ADAB) investiga se o uso de agrotóxico contra a praga tem relação com o mal-estar dos trabalhadores, que foram contratados temporariamente para a colheita.
Os https://sigaanoticia.com.br/wp-content/uploads/2021/11/estudos-1.gifistradores da fazenda afirmam que, de acordo com os registros, a última aplicação de defensivos ocorreu no dia 4 de fevereiro, 78 dias antes da colheita. Eles suspeitam que a praga tenha provocado o mal-estar.
O nome da praga é cochonilha. O inseto suga a seiva do café e enfraquece a planta, produzindo um pó branco, que fica nos grãos. O manuseio dos grãos solta o pó. A suspeita é de que essa tenha sido a forma de contato com os trabalhadores.
A colheita foi iniciada na segunda-feira, 22, e, logo após o serviço, os trabalhadores começaram a passar mal. Entre os sintomas, estavam tontura, náuseas e tremor no corpo.
Os trabalhadores deram entrada em hospitais de Eunápolis, Luís Eduardo Magalhães e Porto Seguro, na mesma região do estado. Seis deles seguem internados nesta sexta-feira, 26.
A empresa afirma que está dando assistência aos trabalhadores. “A empresa tá levando o pessoal até o hospital, levando pra casa e dando os medicamentos receitados pelos médicos”, disse Silvio Zeni, técnico em segurança do trabalho.
“Quando eles puxam, este pó tá vindo pra frente deles, e a gente tá constatando junto com a cochonilha muita formiga e isso que pode tá ocasionando essa reação”, disse Valter Piol, cafeicultor e dono da fazenda.
Os produtores dizem que não sabiam que esse pó branco produzido poderia afetar a saúde dos trabalhadores que atuam na colheita manual.
“[O ocorrido] pode atingir outros produtores, isso é grave e precisamos saber se outros produtores estão tendo este mesmo problema. Isso que tá acontecendo na minha lavoura é um caso novo, estamos com vários técnicos tentando descobrir”, disse o dono da fazenda.
Nesta sexta-feira, representantes da Adab estiveram na fazenda e conferiram que os trabalhadores tinham recebido os equipamentos de proteção individual. Verificaram também o receituário agronômico e o estoque de agrotóxicos, e coletaram amostras de folhas e de hastes das plantas que foram atacadas pelas cochonilhas e de plantas saudáveis.
“Estamos coletando material na lavoura, o material coletado será enviado para o laboratório do Inpev [Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias] em Pernambuco”, disse Cláudio Wermelinger, gerente regional da Adab.