A câmara de vereadores de Nova Viçosa, esteve reunida com os representantes da Fíbria celulose para discutir a origem da lama que vem de forma intensa tomando conta das praias do balneário. A princípio acredita-se que a lama seja oriunda do material de descarte feito pela dragagem do canal do Rio do Tomba no município de Caravelas, feito para o transbordo do eucalipto através das barcaças até a cidade capixaba de Aracruz. A alta concentração dessa lama e a constância da incidência tem afetado a pesca, o turismo e consequentemente o comércio local.
A reunião foi pautada por apresentações de estudos, gráficos e imagens por parte da empresa Fíbria Celulose que nega que é a fonte de origem da lama que atinge as praias do balneário de Nova Viçosa seja causada pelas operações da empresa no canal do Rio Tomba. Estudos feitos pela empresa, mostram que o contexto histórico da turbidez das águas e informações de cunho socioambiental por parte dos vereadores que compunham a comissão presente.
Para João Augusti, gerente de Meio Ambiente da Fíbria Celulose, independente das certezas por parte da empresa (essa afirma que a lama não tem origem na dragagem do Canal do Rio Tomba provocada por sua operação de transbordo de eucalipto) o importante é encontrar o DNA da lama, é saber a origem não por questões de responsabilidade apenas, mas porque a empresa está presente no dia a dia da comunidade. “É de total interesse nosso contribuir, não queremos aqui tão somente esclarecer que não é de nossa responsabilidade, não se trata só de sermos ou não culpados, é uma prioridade para nosso relacionamento, não somos o problema, disso temos certeza, mas queremos ser parte da solução!” Disse Augusti.
No entendimento do secretário de Meio Ambiente de Nova Viçosa, Geovane Rosal, é necessário uma ação conjunta para que os transtornos possam ser minimizados. Para o secretário, um diagnóstico apenas de observação é muito raso para atribuir ou não culpa a empresa, mas para ele fica nítido o aumento da constância da lama com a dragagem do Tomba.
Um grupo de trabalho será criado para o acompanhamento do problema, um grupo plural com a participação da sociedade civil organizada, Fibria, Câmara de vereadores, representante da prefeitura e representante do ministério público, além de um boletim de acompanhamento das operações de dragagem do canal do Tomba de forma periódica para que os envolvidos no grupo de trabalho possam estar fazendo as observações necessárias.
O presidente da câmara de vereadores, José Anastácio, foi enfático em suas colocações, cobrou uma postura mais presente por parte da empresa e fez duras críticas à forma como a Fibria conduz o problema, mesmo ela alegando não ser responsável por ele, o vereador chegou a externar sua preocupação com prováveis engajamentos por parte da empresa para “abafar” o caso.